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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

EUA colocam 20 milhões de toneladas de milho a menos no mercado

Oferta de soja sobe de 5 milhões a 7 milhões, conforme intenção de plantio divulgada pelo Usda

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Os agricultores dos Estados Unidos vão semear 1,5 milhão de hectares a mais com soja neste ano. Com isso, a área total vai a 36,8 milhões de hectares. No Brasil, é de 41 milhões de hectares.

A soja ganha espaço na área do milho, que recua para 36,2 milhões de hectares, 1,6 milhão a menos do que em 2021.

Plantação em Cicero, no estado de Indiana, nos EUA - Chris Bergin - 19.jul.12/Reuters

A área de algodão também avança, segundo a intenção de plantio dos norte-americanos. Os bons preços vão levar os produtores a semearem 5 milhões de hectares, 500 mil a mais do que na safra anterior.

Os dados referentes ao trigo também surpreenderam, e a cultura deverá ocupar 19,2 milhões de hectares.

Esses dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, por ora, apenas mostram uma tendência nas preferências dos agricultores do país. Dados mais consistentes só virão após o término do plantio, que está prestes a ser iniciado.

Grandes mudanças às vésperas da semeadura, porém, não são normais, uma vez que o plantio exige um longo preparo por parte dos produtores.

Diante desses números, o mercado olhou para frente e projetou oferta e demanda no final do ano, quando a safra norte-americana termina e os grãos já estarão nos armazéns.

O resultado foi uma variação abrupta dos preços. A soja, com o aumento de área previsto pelo Usda, deverá ser negociada a US$ 14,20 (R$ 67,27) por bushel (27,2 kg) em novembro, uma queda de 3,4% em relação ao que o mercado vinha negociando.

Essa queda nos preços ocorre porque, dentro de condições normais, a produção dos EUA deverá ser de 5 milhões a 7 milhões acima dos 121 milhões deste ano.

Vlamir Brandalizze, analista do setor, não descarta um volume próximo a 130 milhões de toneladas, desde que essa área seja confirmada e que tudo corra bem com o clima.

Já o contrato do milho de dezembro subiu para US$ 6,84 (R$ 32,40) por bushel (25,4 kg), uma alta de 4,2% sobre os preços de quarta-feira (30).

Esse aumento advém de uma safra menor. Brandalizze acredita que os produtores dos Estados Unidos vão colher de 15 milhões a 20 milhões de toneladas a menos de milho neste ano, em relação a 2021, quando o volume chegou a 384 milhões.

Essa queda de produção dos norte-americanos ocorre depois de uma quebra de safrinha brasileira em 2021 e de incertezas dos ucranianos com relação ao plantio deste ano. A safrinha brasileira de 2022 ganha forte importância para o mercado.

O preço do algodão, com estimativa de aumento de área nos Estados Unidos, recuou 3% nos dois primeiros contratos da Bolsa de Chicago.

As commodities também reagiram no mercado brasileiro, como mostra o Cepea. O milho no mercado interno interrompeu a tendência de queda e subiu para R$ 92,10 por saca. Esse valor, no entanto, ainda é 4,4% inferior ao de há um mês.

O trigo voltou a subir, mas também termina o mês com preços inferiores aos do final de fevereiro. A soja manteve valores estáveis, enquanto o algodão registrou queda.


Pré-China A arroba de boi gordo voltou aos valores de dezembro, período em que a China estava fora do mercado brasileiro. Nesta quinta-feira (31), a arroba recuou para R$ 323, conforme acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Forte queda A retração de preços foi de 7%, um percentual incomum. A arroba retornou para valores de quando a China estava ausente do mercado brasileiro
devido à ocorrência de dois casos atípicos de vaca louca no país.

Perdendo força Com a queda desta quinta-feira, o valor da arroba fica apenas 2,1% acima do de há um ano. Frango e suíno não tiveram mudanças de preços.

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