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A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Apesar da alta de custo, agropecuária terá rentabilidade em 2023

No setor de grãos, a exceção fica para o arroz, enquanto nas carnes, a bovina tem melhor cenário, segundo a Conab

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São Paulo

Mesmo com a aceleração dos custos dos insumos para a agropecuária neste ano, a margem líquida dos produtores, em relação ao custo operacional, deverá ser positiva em 2023.

A taxa não deverá repetir o bom patamar das safras recentes, mas volta ser a positiva. As estimativas são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), com base em um modelo estatístico que leva em consideração as linhas superiores e inferiores de preços pagos aos produtores e dos custos de produção.

Allan Silveira dos Santos, superintendente de Estudos de Mercados e Gestão da Oferta, afirma que o setor vai ter rentabilidade, mas menor do que 2021, quando foi excelente.

Grãos são descarregados em porto no Paraná - Claudio Neves/Portos do Paraná


Naquele ano, os preços da commodities subiram rapidamente, devido à forte demanda internacional. Já os custos dos insumos vieram tendo elevação paulatina, mas aceleraram neste ano.

O superintendente da Conab diz que agora, com os preços das commodities mais estabilizados e custos mais elevados, a margem líquida dos produtores deve voltar para o período pré-pandemia.

A rentabilidade deve continuar porque a oferta de produtos não é abundante. As dificuldades da Ucrânia em produzir e em exportar continuam. Além disso, os Estados Unidos mantêm estoques baixos e ainda com um cenário de safra com algumas incertezas, devido ao clima.

A China, que está com uma produção mais industrializada, amplia a agroindústria no país e vem aumentando as compras de milho. O país é líder mundial nas importações de soja .

Com isso, o ano de 2023 deverá ser um período de reequilíbrio de estoques. Só na safra seguinte, em 2024, o mercado ficaria mais abastecido e confortável, afirma Santos.

Nos cenários de preços e de custos traçados pela Conab, apenas o arroz deverá ter uma queda na margem líquida de 2023. O recuo seria de 1%. O órgão divulgou dados de arroz, algodão, feijão, milho e soja.

A soja e o milho, com base em informações de Mato Grosso, deverão atingir margens positivas de 23% e 7%, respectivamente. Já o algodão fica com 43%, e o feijão, com 29%.

Nas carnes, a rentabilidade deve ser menor do que nos grãos. A avicultura, quando a Conab considera um comportamento neutro dos preços, mas custos baixos, pode atingir uma margem positiva de 2%. Em um cenário de preços neutros e custos elevados, porém, haverá uma margem negativa de 22%.

Na suinocultura, a ocorrência de preços neutros e de custos baixos daria uma margem líquida de 7% ao setor. Nesse mesmo cenário de preços, mas com custos elevados, a perda seria de 18%.

A bovinocultura deverá ter um cenário um pouco mais confortável, nos cálculos da Conab. Custos neutros e preços baixos gerariam uma margem líquida de 46%. No caso de preços neutros e custos altos, a margem seria positiva em 2%.


Grãos no Paraná O Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná fez as primeiras estimativas da safra 2022/23 do estado. Após um período de crise climática, a produtividade volta a crescer na região, e o volume de grãos deverá aumentar 68%.

Soja A grande recuperação ocorre na soja. A área de plantio sobe apenas 1%, mas o potencial da produtividade é de 3.752 kg por hectare, o que deve gerar uma produção de 21,5 milhões de toneladas no estado, 78% a mais do que neste ano.

Milho O cereal semeado na primeira safra perde área, mas a produção do estado sobe para 4 milhões de toneladas, 34% a mais do que no período 2021/22. O ganho vem da recuperação da produtividade, que fica 42% acima da ocorrida na safra deste ano.

Área menor Além do milho de verão, arroz e feijão perdem espaço para a soja. A área de milho recua 6%; a de feijão, 12%; e a de arroz sequeiro, 16%, conforme as primeiras estimativas do Deral.

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