Mortes: Pioneira da Física, rompeu barreiras e foi cassada pelo AI-5
Elisa Frota Pessôa foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Elisa tinha cerca de 16 anos quando entregou um dever de física com todos os exercícios respondidos corretamente na Escola Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. O professor Plínio Süssekind Rocha disse que ela deveria ter um pai ou um irmão que sabiam tudo sobre a matéria. E ela teve que provar no quadro-negro que o raciocínio brilhante era seu.
O mesmo professor —que a colocou como monitora— foi o responsável por impulsioná-la a ir onde poucas mulheres ousaram. Desafiada, Elisa escolheu a física como caminho e se tornou uma das pioneiras no Brasil. Segundo a filha, Sônia, sempre foi assim. Quando ela encontrava um desafio, tratava de derrubá-lo.
“Sempre digo que já nasci livre. O pessoal da minha geração tinha problema com trabalhar e ter filhos, a mamãe já quebrou isso tudo para mim”, conta.
Elisa nasceu no Rio, em uma família orientada pelo conservadorismo do pai. Em casa, mulher deveria tocar piano, não falar à mesa. A avó materna, porém, era uma parteira independente financeiramente, e uma das tias, dentista.
Elisa entrou na faculdade por incentivo do primeiro marido, o professor Oswaldo Frota Pessôa, com quem casou aos 17. Mesmo com dois filhos, nunca deixou de viajar, trabalhar e atender aos alunos que se encontravam sozinhos na Faculdade Nacional de Filosofia, onde ficava o curso de física. Quando o regime militar endureceu, ela ajudou alguns deles que foram detidos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters