Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Adolfo Giró (1932 - 2019)

Mortes: Fundador de escola de samba com amigos, manteve estandarte até o fim

Giró criou a Embaixadores do Samba, em Porto Alegre, e a manteve por 69 anos

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Adolfo Giró tinha cerca de 18 anos, jogava futebol nos campos entre os atuais bairros Bom Fim e Santana, em Porto Alegre, com um grupo de amigos, quando decidiram criar uma escola de samba. Era o ano de 1950. A capital gaúcha tinha então apenas duas agremiações de carnaval. A Embaixadores do Ritmo foi a terceira. 

Durante os anos, os amigos foram se afastando, outros morreram, mas Giró seguiu mantendo a escola de cores bordô e branco. Quando ela entrava na avenida, ele sempre ia à frente, abrindo caminho. Seguia a paixão pelo carnaval, que vinha desde criança. 

Adolfo Giró, fundador e presidente da escola Embaixadores do Ritmo, em Porto Alegre - Nilveo Christiano/Divulgação

Com o tempo, a Embaixadores virou assunto de família. No início dos anos 2000, em uma crise, a família resolveu se unir a Giró para mantê-la. O filho, Gustavo, conhecido como Girózinho, se tornou então seu vice-presidente e braço direito. Ele prometeu que ajudaria enquanto o pai estivesse vivo. E que depois fecharia sua história. 

“A escola não continua porque sem ele não tem razão de ser”, diz o filho. “[O Carnaval] era a vida dele.”

A primeira esposa, Glaci, mãe de seus dois filhos, apesar de vir de uma família do samba, ligada à escola Bambas da Orgia, não gostava muito dos festejos de Momo. A segunda mulher, Isaura, com quem ele foi casado por 48 anos, preferia assistir o marido do camarote. Entrou com ele na avenida apenas na comemoração dos 60 anos da Embaixadores. 

Natural de Porto Alegre, Giró trabalhou vendendo comidas e bebidas em entornos de estádios de futebol, foi funcionário público da Secretaria de Obras do Estado e se aposentou como servidor do INSS. 

Nas palavras do filho, era calmo, tranquilo, apaziguador e sempre estava disposto a dar uma palavra amiga. Além de ser muito respeitado no meio do carnaval. 

Giró morreu no dia 25 de janeiro, aos 87 anos, em decorrência de um infarto. Deixou Isaura, dois filhos, enteados, netos, bisnetos e trinetos. Foi enterrado com o terno que costumava usar na avenida. E sua escola apresentou diante dele a bandeira, pela última vez. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​​


Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas