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Descrição de chapéu Obituário Wernher Botelho Barroso (1963 - 2019)

Mortes: 'Mágico das penas', estilista criava roupas para boi-bumbá

Profissional fazia fantasias para Caprichoso e Garantido no Festival de Parintins

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São Paulo

Wernher Botelho Barroso sempre voltava das suas caminhadas no mato com algumas sementes para as roupas e acessórios que confeccionava. O estilista, conhecido como “mágico das penas”, gostava de usar materiais típicos do Amazonas nas suas criações. 

Ele elaborava fantasias para os bois Caprichoso e Garantido, do Festival de Parintins (AM), vestia celebridades e ajudou a criar desfiles de Carnaval em São Paulo, como da escola Leandro de Itaquera e da Gaviões da Fiel. 

O estilista Wernher Botelho Barroso, que elaborava fantasias para os bois Caprichoso e Garantido, do Festival de Parintins (AM) - Arquivo pessoal

Nascido em Manaus em 1963, desde menino se encantava com as danças folclóricas do seu bairro, Praça 14 de Janeiro, famoso pelas festas e pelo samba. A irmã Islene Botelho, 62, diz que Wernher herdou o fascínio pelas penas do pai, um dentista. “Ele decorava a casa toda com artefatos indígenas”, lembra. 

Quando jovem, Wernher fez cursos de artesanato e, aos 18, criou suas primeiras peças. Fez faculdade de turismo, mas, aos poucos, o Ateliê dos Botelhos ganhou notoriedade. “Ele foi no programa da Xuxa, da Ana Maria Braga, fez roupas para a Ivete Sangalo, Angélica, Luiza Brunet, Susana Vieira”, diz a irmã, orgulhosa. 

Apesar da clientela, Islene afirma que Wernher não sabia cobrar pelo trabalho. “Não era apegado a dinheiro. Se alguém não podia pagar um acessório, ele fazia mesmo assim”. 

Era calmo, tímido e de poucas palavras, segundo Islene. Muito católico e apegado à mãe, sonhava em levá-la a Fátima, em Portugal. Mas, como ela tinha medo de avião, e Wernher foi diagnosticado com linfoma, não conseguiram fazer o passeio. 

O estilista morreu em 2 de abril, aos 55, e deixou seis irmãos e dez sobrinhos. Na missa de sétimo dia, diz Islene, cantaram artistas dos bois e da noite de Manaus. “Foi muito bonito”. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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