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Anvisa proíbe venda de todos os produtos da Backer com validade igual ou após agosto de 2020

Comerciantes devem retirar produtos das prateleiras

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Brasília

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu nesta sexta-feira (17) a venda de cervejas de todas as marcas da empresa mineira Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020.

Com a medida, comerciantes que ainda tiverem os produtos à venda devem retirá-los das prateleiras imediatamente. A determinação, que vale para todo o país, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

A decisão ocorre após o Ministério da Agricultura apontar a presença das substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol, proibidas em alimentos, em oito marcas da empresa, e não apenas na Belorizontina.
Desde o início do ano, autoridades de saúde investigam a ocorrência de casos de pacientes que apresentaram sintomas de uma síndrome nefroneural após consumirem a cerveja Belorizontina.  O primeiro caso foi relatado em 30 de dezembro.

Até agora, quatro pessoas morreram, mas o número pode subir. Outros 14 foram notificados.De acordo com a secretaria de Saúde de Minas Gerais, os pacientes com o quadro apresentam náuseas, vômitos, desconforto abdominal e comprometimento da função renal. 

A cervejaria Backer, em Belo Horizonte, cujos produtos devem ser recolhidos em todo o país - Douglas Magno/AFP

Segundo a Anvisa, os produtos da Backer com validade igual ou após agosto de 2020 foram fabricados no período investigado de contaminação, daí a opção pela interdição preventiva. Produtos com validade anterior a esse prazo ainda estão liberados. 

Na segunda-feira (13), o Ministério da Agricultura já havia determinado à Backer o recolhimento de todos produtos no mercado. A medida, porém, não valia para o comércio —ação que cabe à Anvisa.

De acordo com a agência, a interdição deverá ser mantida por 90 dias ou até que a empresa comprove que os produtos não têm a presença de dietilenoglicol e monoetilenoglicol. O objetivo é interromper o risco aos consumidores.

Em geral, o dietilenoglicol é usado na indústria como anticongelante e para evitar que os líquidos evaporem. O produto, porém, é tóxico e não deveria ter contato com a bebida, passando por cano isolado dos tanques. 

O mesmo vale para o monoetilenoglicol, substância com função semelhante  que, embora menos tóxica que o dietilenoglicol, também é vetada na composição dos produtos. 

Além da interdição das cervejas da Backer, três lotes específicos da cerveja Belorizontina e um da cerveja Capixaba estão proibidos e devem ser recolhidos pela empresa por já terem tido a contaminação comprovada. A medida vale para os lotes L1 1348, L2 1348 e L2 1354 da Belorizontina e lote L1 1348 da Capixaba.

A Anvisa orienta às pessoas que possuem cervejas da marca em casa com validade igual ou após agosto de 2020 que não consumam os produtos. A agência diz que irá notificar a Backer para que veicule mensagem com orientações sobre como deve ocorrer a devolução dos produtos.

Questionada, a Backer informa que vai respeitar a determinação da Anvisa. 

Em nota divulgada na quinta-feira, a empresa diz que "nunca comprou e nem utilizou o dietilenoglicol em seus processos de fabricação", mas diz usar o monoetilenoglicol em processo de resfriamento dos produtos. Diz ainda que "aguarda os resultados das apurações e continua à disposição das autoridades".
 

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