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Mandetta diz 'oremos' e Moro fala em 'cenário difícil'; veja repercussão da saída de Teich

Nova mudança no Ministério da Saúde durante crise do coronavírus é alvo de críticas

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São Paulo

O pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, foi recebido com mensagens pessimistas e de lamentação por outros ex-ministros do governo Bolsonaro. Luiz Henrique Mandetta, antecessor de Teich no cargo, e Sergio Moro, ex-titular da Justiça e Segurança Pública, manifestaram-se pouco após o anúncio.

“Oremos. Força, SUS. Ciência. Paciência. Fé!”, escreveu Mandetta no Twitter. “Fica em casa”, acrescentou o ex-ministro, que, como Teich, teve divergências com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à política de isolamento social no combate à pandemia do novo coronavírus.

Já Sergio Moro citou as mortes confirmadas no Brasil provocadas pela Covid-19. Sem fazer referência direta à saída de Nelson Teich após menos de um mês no ministério, o ex-juiz apontou as dificuldades enfrentadas.

“Cenário difícil, em plena pandemia, 13.993 mortes até ontem [quinta]. Números crescentes a cada dia. Cuide-se e cuide dos outros”, disse Moro, que também usou o Twitter para divulgar sua mensagem.

A nova mudança na pasta da Saúde também recebeu críticas de outros agentes políticos. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que se estabeleceu como um dos antagonistas de Bolsonaro, posicionou-se ao lado do ministro de saída.

“É mais um herói que se vai”, afirmou Witzel. “Minha solidariedade, ministro Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente.”

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi outro a lamentar a saída. "O barco está à deriva. Que Deus proteja o Brasil e os brasileiros", disse.

“É o segundo ministro da Saúde em um curto prazo que deixa a função pela desordenação do governo Bolsonaro”, acrescentou Doria, para quem Teich “demonstrou compromisso com a ciência e respeito ao isolamento”.

Camilo Santana (PT), governador do Ceará, apontou que as trocas sucessivas trazem "enorme insegurança e preocupação". "É inadmissível que, diante da gravíssima crise sanitária que vivemos, o foco do governo federal continue sendo em torno de discussões políticas e ideológicas. Isso é uma afronta ao país", declarou.

"Inaceitável", classificou Rui Costa (PT), governador da Bahia. "Plena pandemia, em 30 dias, dois ministros da Saúde demitidos por não aceitarem seguir as orientações médicas de um presidente que nada entende de Saúde. O país exige respeito à vida, à medicina e à ciência", afirmou.

Houve também avaliação negativa por parte de prefeitos. Um dos que manifestaram sua censura foi o de Salvador, ACM Neto, que é presidente nacional do DEM e apontou problemas na condução da crise ligada à pandemia.

“A política não pode prevalecer sobre a ciência quando se trata da vida dos brasileiros”, disse ACM Neto. “Essa descontinuidade administrativa é muito ruim e prejudicial. A saída do ministro Nelson Teich dificulda ainda mais a relação com o governo federal para o enfrentamento ao coronavírus.”

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