Siga a folha

Terreiro de umbanda é incendiado no Rio de Janeiro

Pai de santo acredita que fogo foi criminoso, provocado por intolerância religiosa

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Um terreiro de umbanda foi incendiado em plena luz do dia, no último domingo (6), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O cozinheiro Edmilson de Souza Furtado, 50, que é o pai de santo da Tenda Espírita Pai Joaquim da Angola, alvo do incêndio, acredita que o ato tenha sido provocado por intolerância religiosa.

Segundo Furtado, devido à pandemia do coronavírus, a casa estava em recesso, mas ele ia com frequência ao templo. O pai de santo contou ainda que já havia percebido pessoas rondando a casa, mas não deu atenção.

O incêndio foi percebido por uma vizinha, que avisou ao dirigente e acionou os bombeiros. Furtado disse ainda que descobriu um buraco na parede dos fundos do barracão, com evidências de panos queimados. Ele acredita que o fogo tenha começado ali.

O fogo durou quase duas horas: "Queimou tudo, só ficou o quartinho do orixá e o quartinho de Exu, agora o resto queimou tudo", contou o pai de santo. A casa era dividida em seis ambientes e funcionava no local havia 18 anos. Os maiores danos foram no congá (altar), nas imagens religiosas e no trocador de roupa.

“Espero que a polícia encontre os culpados. Foi uma coisa horrível, acredito em preconceito religioso. Agora, fiquei desanimado e vou fazer o terreiro na minha casa mesmo”, disse Furtado lembrando que, há quatro anos, já sofreu intolerância religiosa na casa, que foi invadida por dois homens.

O incêndio ao terreiro chegou à CCIR (Comissão de Combate à Intolerância Religiosa) por meio da Agen Afro, mídia militante que traz à tona casos de intolerância religiosa. A CCIR encaminhou Furtado à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), que fez o registro nesta quarta-feira (9). A Polícia Civil fará uma perícia no local.

“Mais uma vez, estamos à mercê de atos inescrupulosos e sempre ultrajando as religiões de matriz africana. Quantos outros casos precisam acontecer para as autoridades tomarem medidas efetivas?" questiona o Interlocutor da CCIR, Ivanir dos Santos.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas