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Descrição de chapéu Coronavírus Rio de Janeiro

Mãe do menino Henry é internada com Covid em hospital prisional

Defesa de Monique Medeiros insiste para que ela tenha direito a fazer novo depoimento, mesmo que por videoconferência

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Gonçalves (MG) e Rio de Janeiro

A mãe do menino Henry Borel foi diagnosticada com Covid-19 e está internada em hospital penitenciário no Rio de Janeiro pela segunda vez desde 8 de abril, quando foi presa temporariamente por suspeita de envolvimento na morte do filho de 4 anos, assassinado em 8 de março.

A professora Monique Medeiros, 32, solicitou atendimento médico na unidade em que está detida, o Instituto Penal Esmael Sirieiro, em Niterói, e foi transferida nesta segunda (19) para o Hospital Penal Hamilton Agostinho, em Bangu (zona oeste), onde fez o teste para a doença.

Ela estava com dor de cabeça, dores no corpo e pressão alta. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, ela seguirá isolada e internada para acompanhamento médico. Seu estado de saúde atual não foi divulgado pela pasta.

Monique já havia sido encaminhada à mesma unidade em 12 de abril, quatro dias após sua prisão, com suspeita de infecção urinária. Na ocasião, ela passou mal, queixando-se de dificuldade para urinar e dores abdominais, além de estar com febre quando foi examinada, na noite anterior.

Segundo relatório médico, a professora chegou em bom estado —lúcida, corada e hidratada— ao atendimento ambulatorial do instituto penal, onde foi atendida antes de ser transferida, mas apresentava sinais de ansiedade e quadro de hipertensão arterial.

Ela e o namorado, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), ainda cumprem isolamento social inicial de 14 dias, como todos que ingressam no sistema prisional, segundo o governo. O político está no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, também em Bangu.

Eles são investigados por homicídio duplamente qualificado contra Henry, morto no dia 8 de março dentro do apartamento do casal na Barra da Tijuca. A Polícia Civil fluminense indicou que já tem elementos suficientes para concluir o inquérito nesta semana e remetê-lo ao Ministério Público.

Novo depoimento

A defesa de Monique, porém, tem pedido desde a semana passada que ela seja ouvida novamente sobre as circunstâncias da morte. Na segunda-feira (19), os advogados dela encaminharam ao procurador-geral de Justiça do Rio pedido para que um promotor acompanhe um inquérito, além da solicitação de novo depoimento. Nesta terça (20), divulgaram nota afirmando ter pedido que ela fosse ouvida "o quanto antes, temendo pela sua vida e solicitando rigorosas medidas de proteção e cuidados de saúde".

"Ainda que seja verdadeira a contaminação de Monique por Covid, permanece como imprescindível nova audição no inquérito policial, ainda que por videoconferência, eis que: a quem interessa o silêncio de Monique?", afirma a nota.

O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou que cabe ao delegado a decisão de convocar novo depoimento. Procurado pela Folha, o órgão confirmou ter recebido o pedido da defesa para que um promotor de Justiça seja designado para acompanhar o caso.

"O pedido, protocolado em nome do procurador-geral de Justiça, foi encaminhado ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal, que, por sua vez, o encaminhou ao promotor natural do caso, Marcos Kac", informou a assessoria do Ministério Público.

Em seu primeiro depoimento, tanto Monique quanto Jairinho sustentaram a versão de morte acidental da criança. Laudos médicos, no entanto, atestaram que o menino tinha 23 hematomas e lesões pelo corpo e foi vítima de ação violenta.

Quando presos, os dois compartilhavam a mesma defesa. No dia 12 de abril, porém, quatro dias após a revelação de troca de mensagens em que a babá relatava a Monique agressões sofridas por Henry, a professora trocou de advogados.

A defesa afirma que seu objetivo “é o resgate da verdade na fase de inquérito policial”. Em outra nota divulgada no sábado (17), os advogados afirmaram que os relatos de violência contra outras mulheres e crianças cometidas por Dr. Jairinho são um padrão. Monique poderá responder por homicídio qualificado caso o juízo entenda que há indícios de que ela foi omissa, segundo criminalistas consultados pela Folha.

Segundo a nota assinada por três advogados da professora, a diferença do caso Henry "foi a morte da criança”. A nota foi divulgada um dia depois de a Polícia Civil afirmar ter informações suficientes para encerrar as investigações.

Diretor do DGPC (Departamento-Geral de Polícia da Capital), o delegado Antenor Lopes já afirmou que há elementos suficientes para encerrar as investigações do caso Henry na Polícia Civil e encaminhar os resultados para o Ministério Público. Na noite dessa segunda-feira (19), ele reiterou essa opinião.

Três mulheres já declararam à polícia que foram vítimas de agressão do vereador. Elas relatam que seus filhos também foram alvo de violência de Jairinho. A última a relatar o caso prestou depoimento nesta sexta-feira (16) após negar à imprensa ter sofrido abuso do suspeito.

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