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Mortes: Amante da natureza, foi um mestre em ouvir e ensinar

Sociólogo e cientista político, Gustavo Venturi fazia tratamento contra melanoma há cinco anos

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São Paulo

O paulistano Gustavo Venturi Júnior tinha doçura e informalidade no trato humano. Dono de olhos brilhantes e sorriso iluminado, colecionava virtudes importantes, como o dom da escuta.

Cativante, calmo e tolerante, Gustavo poderia ser considerado um sedutor no bom sentido da palavra. Seduzia pela mente, por se colocar no lugar do outro, com gentileza, atenção e disponibilidade para ajudar.

Sociólogo, pesquisador e cientista político, Gustavo lecionava no programa de pós-graduação e no departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, instituição onde concluiu o mestrado em Sociologia e o doutorado em Ciência Política.

Gustavo Venturi Júnior (1958-2022) e os filhos - Arquivo pessoal

Estruturou e coordenou o Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo (2007-2014), desenvolvendo pesquisas de cultura política e estudos sobre marcadores sociais da diferença (gêneros e sexualidades, raças e etnias, classes sociais, juventudes e velhices, e mulher brasileira). Foi responsável por muitos artigos e capítulos de livros publicados.

Como especialista em métodos e técnicas de pesquisa quantitativas e qualitativas, atendeu diversas entidades, entre elas, o Sesc (Serviço Social do Comércio), a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a ONU Mulheres.

Gustavo trabalhou por 11 anos no Instituto de Pesquisas Datafolha (1985-1996), tendo atuado como diretor em 4 anos do período. Depois, foi consultor de campanhas eleitorais.

Como pesquisador trabalhou ainda no Núcleo de Estudos para Prevenção da Aids, da USP, e no Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp, entre outros locais.

Visionário, mas também realista, Gustavo tinha os pés no chão e a cabeça no céu. "Ele ensinou que é preciso sonhar e lutar por um mundo melhor. Pode parecer um clichê, mas essa era uma das forças do interior dele. Fez parte da sua luz e jornada", afirma o cineasta Toni Venturi, 66, seu irmão.

Amante de trilhas e cachoeiras, o grande hobby de Gustavo era a natureza. Segundo Toni, ele tinha um terreno em Barra do Una, em São Sebastião (a 191 km de SP), e com seus cuidados protegia um pedacinho da Mata Atlântica.

"Aquelas cachoeiras do sertão do Una eram o grande prazer da vida dele. Gustavo viveu intensamente", diz.

Gustavo morreu no dia 12 de janeiro, aos 63 anos. Há cinco anos fazia tratamento contra um melanoma. Casado duas vezes, deixa quatro filhos, a mãe e dois irmãos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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