Um homem com tato para negócios, disposição para vida acadêmica e amante da cultura amazonense. Com o mundo à sua disposição, escolhia sempre sua terra natal.

Saul Benchimol nasceu em Manaus (AM), em 1934, e se formou em direito na Universidade do Amazonas.

Após a graduação, concluiu o mestrado na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, por meio do Fulbright, programa de intercâmbio patrocinado pelo governo americano. Fez ainda pós-graduação em economia em Yale, também nos EUA.

No país, conheceu a americana Rosalie Esther Benchimol, natural de Nova York. Com ela viria a se casar numa sinagoga em Las Vegas. Tiveram quatro filhos.

De volta ao Brasil, além de advogado, tornou-se empresário. Ao lado dos irmãos, fundou a empresa de varejo Bemol e a Fogás, conhecida por vender gás de cozinha em diferentes estados.

Bem-sucedido nos negócios, atuou ainda como professor universitário por 36 anos. Foi fundador do curso de ciências econômicas, administração e ciências contábeis da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

Lecionou na Faculdade de Ciências Contábeis, rebatizada de Faculdade de Estudos Sociais. Foi diretor da unidade em 1964 e 1965.​

Foi também fundador do Clube da Madrugada, associação artística e literária criada em Manaus na década de 50. O grupo organizava exposições, feiras de arte, festivais culturais e de cinema, com o objetivo de aproximar a arte da população. Além de Benchimol, entre os integrantes estavam Humberto Paiva e Luiz Bacellar.

Falava sempre que o conhecimento só tinha valor se pudesse ser dividido, pois, assim, era multiplicado. Entre os livros publicados está "A Saga de um Judeu na Amazônia", lançado em 2021.

Benchimol era um amante da Amazônia. Conhecia a geografia e a cultura local. Seus pratos favoritos envolviam peixes da região como tambaqui, pirarucu, tucunaré e jaraqui. Era fissurado pelo lazer amazônico que envolve as águas dos rios. Praticava a pesca esportiva desde a década de 1960.

"Ele era apaixonado por absolutamente tudo de Amazônia. Uma paixão por árvores, por coloração de árvores, por geografia da Amazônia. Simplesmente gostava", conta o filho Jonathan Saul Benchimol.

Saul Benchimol morreu no dia 13 de fevereiro de 2022 aos 87 anos. Ele deixa a esposa, os filhos Débora, Jonathan, Ari, Benjamim e Michelle, dez netos e três bisnetos.

​​coluna.obituario@grupofolha.com.br

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