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Descrição de chapéu Alalaô

Inclusão, mistério e recomeço dão o tom da segunda noite em SP

Na noite que reúne Vai-Vai e Gaviões da Fiel, o sambódromo estava bem mais cheio do que na véspera

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São Paulo

A Vai-Vai deu o pontapé inicial para o segundo dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo, no Anhembi, na zona norte paulistana, com clima de expectativa em estar de volta ao grupo especial, ao qual retornou em 2020, pouco antes do início da pandemia da Covid-19.

Na noite que reúne Vai-Vai e Gaviões da Fiel, o sambódromo estava bem mais cheio do que na véspera.

Integrante da Vai-Vai desfila no sambódromo do Anhembi, na noite deste sábado (23) - Rubens Cavallari/Folhapress

Amélia Maria Ferreira, 74, da velha guarda da Vai-Vai, veio para o Anhembi movida pela gratidão de ter sobrevivido à pandemia e para celebrar a vida. "Muitos partiram, mas estamos aqui com muita força, esperando que façamos um bom Carnaval. Este é o Carnaval da sobrevivência", declarou.

Com o samba-enredo "Sankova", a tradicional escola de samba do Bexiga e maior campeã do Carnaval paulista, com 15 títulos, usará o pássaro sagrado africano, que dá nome ao enredo, para ilustrar a necessidade de resgatar suas origens.

"Nunca é tarde para voltar atrás e buscar o que foi perdido", afirma a agremiação. A ave compõe o panteão mitológico do povo Axante, da África.

Confiante, Fátima Ferreira Martins, 41, afirmou que a Gaviões da Fiel entra na avenida neste ano "para ganhar". Amiga dela, a recifense Wânia Correia, 33, irá desfilar pela primeira vez em São Paulo. "O Carnaval de São Paulo é muito diferente do nosso em Recife e estou ansiosa, feliz e nervosa."

Destacando o tema do samba-enredo da escola, José Adriano Basílio da Silva, 39, afirmou que a música mostra a luta do povo negro "para sobreviver mediante as dificuldades que temos no país. Chega de o povo preto sofrer."

Integrante da Vai-Vai faz um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid-19 antes dos desfiles no Sambódromo do Anhembi - Carla Carniel/REUTERS

Segunda escola a entrar na avenida, a Gaviões da Fiel também irá levar para o Sambódromo a temática da negritude, mas de olho na ancestralidade. A agremiação prometeu cantar sobre o racismo pelo Brasil e pelo mundo, incluindo um forte viés político e crítico. Em um dos trechos da música é afirmado: "faça o amor cantar mais alto que o fuzil."

Já perto do início da noite de desfiles, Maria Aparecida Amaral da Silva, 92, a famosa dona Cida, caminhava lentamente com sua bengala em direção à concentração do Sambódromo. Ela integra a Gaviões há cerca de 40 anos, quando a escola ainda era um bloco e só não desfilou, em dois anos de sua história carnavalesca, por causa da pandemia.

"Parar de desfilar foi triste, pois o motivo foi uma doença, mas agora a alegria está voltando, que ela permaneça", afirmou.

Erramos: o texto foi alterado

Fátima Ferreira Martins, Wânia Correia e Adriano Basílio da Silva desfilaram pela Gaviões da Fiel, não pela Vai-Vai, como mencionado em versão anterior deste texto.

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