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Polícia identifica mais uma vítima de Brumadinho 3 anos após tragédia

Ossada localizada nesta segunda é de um engenheiro que trabalhava para a Vale; 5 pessoas seguem desaparecidas

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Belo Horizonte

A Polícia Civil de Minas Gerais identificou nesta terça-feira (3) o corpo de mais uma vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. O nome não foi divulgado, mas pelas redes sociais os policiais informaram que se tratava de um engenheiro de produção com 30 anos à época do rompimento.

A tragédia deixou 270 mortos. Uma das seis vítimas que ainda não tinham sido localizadas era Luís Felipe Alves, 30, engenheiro de produção e funcionário da mineradora. Ele era de Jundiaí, no interior de São Paulo.

Com a identificação, restam agora cinco vítimas consideradas desaparecidas.

A confirmação pela Polícia Civil foi feita com exame de arcada dentária e foi possível a partir da descoberta de uma ossada nesta segunda-feira (2) pelo Corpo de Bombeiros.

Luís Felipe Alves, uma das vítimas da tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho, com a mãe, Sílvia Helena Ferraz Santos - Arquivo Pessoal

Os bombeiros haviam informado inicialmente que não era possível confirmar que se tratava de uma vítima da tragédia, mas pontuado que, "considerando a relevância e características do material", haveria "boas possibilidades de eventual nova identificação".

Até esta terça, a última identificação de corpo de vítima da tragédia em Brumadinho havia sido anunciada pela Polícia Civil em 29 de dezembro do ano passado. O corpo era o de uma mulher de 49 que trabalhava com analista de operação da Vale.

A localização da ossada nesta segunda-feira ocorreu em área chamada "Esperança 1" a partir da descoberta de um segmento corpóreo. Após o achado, os bombeiros explicam que foi feita busca especializada e, então, encontrada a nova ossada, que tem aproximadamente 40 segmentos.

Área atingida pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho onde uma ossada foi localizada nesta segunda-feira (2) pelo Corpo de Bombeiros. - Corpo de Bombeiros-02.mai.2022-Divulgação

Três anos e três meses depois da tragédia, os bombeiros atuam na região atingida pela lama da mineradora no esquema chamado híbrido, em que integrantes da corporação trabalham juntamente com maquinário utilizado para peneiramento.

As vítimas eram funcionárias da Vale e trabalhadores terceirizados na barragem Mina Córrego do Feijão.

Em 2020, o Ministério Público de Minas Gerais apresentou uma denúncia contra o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e outros 15 executivos e funcionários da mineradora e da empresa alemã de consultoria Tüv Süd. Eles foram acusados de homicídio doloso duplamente qualificado e crimes ambientais.

A representação do Ministério Público foi aceita pela Justiça estadual. Mas, em outubro de 2021, uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou a denúncia, alegando que a competência para julgamento do rompimento da barragem é da Justiça Federal em Minas Gerais.

Em 2021, um estudo apontou que uma perfuração feita pela Vale na barragem no dia da tragédia pode ter causado o rompimento. Segundo a própria empresa, a ação tinha como objetivo exatamente instalar equipamentos que permitissem uma leitura mais detalhada do nível de água no interior da represa.

Todos os acusados negam que tenham cometido qualquer irregularidade. Em março de 2019, durante participação na CPI aberta pelo senado para investigar as causas da tragédia, Schvartsman disse jamais ter sido informado pela diretoria da empresa sobre qualquer problema com a barragem da mineradora na cidade.

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