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Descrição de chapéu Obituário Alceo Magnanini (1925 - 2022)

Mortes: Alceo Magnanini, 96, o protetor de florestas

Engenheiro agrônomo, é reconhecido como um dos pais da conservação ambiental no Brasil

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Cristina Serra
Casimiro de Abreu (RJ)

Alceo Magnanini fez muitas coisas na vida, mas a marca mais forte que deixa para sua família e uma imensa legião de amigos e ex-alunos é a de protetor de florestas.

Paulistano de nascimento, ele mudou-se com os pais, ainda criança, para o Rio de Janeiro. No Rio, apaixonou-se pela natureza e passou a dedicar sua vida à proteção das florestas e da fauna brasileira.

Magnanini é reconhecido como um dos pais da conservação ambiental no Brasil. Formado em agronomia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, especializou-se em ecologia e conservação da natureza.

Alceo Magnanini, engenheiro agrônomo, reconhecido como um dos pais da conservação ambiental no Brasil - Reprodução/@Apremavi no Youtube

Nos anos 1960, elaborou a primeira lista de animais ameaçados de extinção e foi um dos autores do Código Florestal brasileiro (lei 4.771/1965, alterada em 2012).

Com o primatólogo Adelmar Coimbra Filho, participou dos esforços para salvar uma espécie símbolo da mata atlântica, o mico-leão-dourado, quando o animal estava no limiar de desaparecer na natureza.

O trabalho dos dois amigos levou à criação da Reserva Biológica de Poço das Antas (1974), no município de Silva Jardim (RJ), a primeira unidade de conservação desse tipo no Brasil.

Magnanini foi professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pioneiro nos estudos de biogeografia e participou da delimitação do sul da Amazônia. Escreveu vários livros e atuou em órgãos públicos como o IBGE, Jardim Botânico do Rio de Janeiro e foi o primeiro diretor do Parque Nacional da Tijuca. Plantou árvores e ideias. Frutificou.

Alceo Magnanini estava com o esquema vacinal completo, mas contraiu Covid e teve uma parada cardiopulmonar. Morreu aos 96 anos, no dia 11 de julho.

Nas redes sociais, amigos se manifestaram. O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc publicou: "Eu o adorava, era puro conhecimento e dignidade". Também ex-ministro, José Carlos Carvalho escreveu: "Foi um dos meus mestres! É a velha geração partindo, mas deixando um legado a ser seguido".

Cristina Magnanini, filha do ambientalista, descreveu a despedida do pai: "O seu sepultamento foi realizado em um cemitério pequeno, no Brejal, em Petrópolis, (...) um lugar especial para ele devido à beleza de toda esta região, com suas matas e águas cristalinas. O cemitério chama-se Jurity. Fica numa área de fazenda de mesmo nome, no topo de uma colina florestada e com um céu de um azul intenso, como ele gostava".

Alceo Magnanini deixa os filhos Flávio, Eduardo e Cristina (Ricardo já faleceu), a nora, Claúdia, as netas Lígia, Samantha e Luisa, as bisnetas Clara e Júlia, e um exemplo inspirador de amor pelo Brasil.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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