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Anvisa proíbe uso e manda recolher lotes de propilenoglicol contaminado

Composto estaria contaminado por monoetilenoglicol; substância pode ter causado morte de cães

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São Paulo

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou o recolhimento e proibiu a distribuição, a venda e o uso dos lotes de propilenoglicol com os códigos 5053C22 e 4055C21, que apresentam indícios de contaminação.

O insumo industrial é o mesmo utilizado na fabricação de petiscos que podem ter causado as mortes de cães no país.

A principal suspeita é que o insumo tenha sido contaminado por monoetilenoglicol. Essa substância, também conhecida como etilenoglicol, é da mesma família da apontada como responsável pela morte de dez pessoas que consumiram a cerveja Belorizontina, produzida pela Backer, em 2019.

Recipiente de propilenoglicol da Atias Química, identificado pela Anvisa como um dos lotes contaminados por monoetilenoglicol - Reprodução - 29.set.22/Anvisa

As investigações começaram após após tutores relatarem a intoxicação e a morte de animais que consumiram petiscos da marca Bassar Pet Food. Os lotes de propilenoglicol contaminados teriam sido vendidos à Bassar pela Tecno Clean, que alega ter comprado o composto da A&D Química.

O propilenoglicol é usado em produtos de higiene, limpeza, cosméticos e alimentícios —desde que seu grau de pureza seja atestado por laboratórios de análise. No caso dos produtos para cachorro, o composto é utilizado para amaciar os petiscos e evitar a presença de fungos.

A resolução, publicada na quarta-feira (28), proíbe o uso e a distribuição dos lotes com os códigos. Em nota, a Anvisa diz que empresas compram os produtos e trocam o rótulo, o que dificulta a rastreabilidade e contraria uma resolução da própria agência.

Até o momento, a Anvisa identificou que seguintes empresas estão envolvidas na distribuição e venda do lote de propilenoglicol contaminado: A&D Química, Tecno Clean, Atias Química, Limpamax Bahia Produtos de Limpeza, Pantec Tecnologia para Alimentos e Bella Donna Produtos Naturais.

Em nota enviada por e-mail, a Limpamax diz que comprou um lote de propilenoglicol da Tecno Clean, mas afirma que o produto não foi usado e que foi devolvido na embalagem original.

Procuradas por email e telefone, as empresas restantes não responderam até a publicação da reportagem.

A Anvisa diz que, em caso de compra do lote de propilenoglicol com indícios de contaminação, é preciso entrar em contato com a empresa fornecedora para devolver o produto.

O que dizem as empresas

Assim que o caso passou a ser noticiado, a Bassar Pet Food declarou estar colaborando com as autoridades. A empresa anunciou o recolhimento dos produtos fabricados a partir de 7 de fevereiro deste ano (a partir do lote 3329).

Segundo a empresa, o consumidor deve devolver o produto à loja, "que deverá realizar o reembolso do valor gasto, independentemente de a embalagem estar aberta ou não, sem qualquer custo adicional".

Em posicionamentos anteriores, a Tecno Clean Industrial afirmou que não fabrica propilenoglicol.

Segundo a empresa, a substância foi comprada da empresa A&D Química Comércio e revendida pela Tecno Clean, como distribuidora. A empresa se colocou à disposição das autoridades para ajudar nas investigações.

A A&D Química Comércio, localizada na cidade de Arujá (SP), afirma em nota que os produtos de seu portfólio, incluindo o propilenoglicol, não possuem finalidade alimentícia, sendo destinados exclusivamente para produção de itens de higiene e limpeza. A empresa também afirmou que está à disposição das autoridades para a elucidação do caso.

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