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Descrição de chapéu Obituário Bernard Herman Hess (1963 - 2023)

Mortes: Professor, dedicou sua vida ao bem-estar coletivo

Graduado em literatura, o baiano Bernard Herman Hess se encontrou na educação do homem do campo

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São Paulo

Ainda um calouro no curso de letras da tradicional Universidade Federal de Viçosa, no interior de Minas Gerais, Bernard Herman Hess já mostrava a que viera ao mundo: doar-se pelo bem-estar coletivo.

Mesmo sabendo todo o conteúdo a ser cobrado nas avaliações, Hess fazia questão de passar horas ao lado de seus colegas com maior dificuldade. Explicava, questionava, e tornava a explicar. Era sempre calmo, mas incisivo.

Bernard Herman Hess (1962-2023), ao centro, durante visita a ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - Divulgação/MST

À época, o jovem frequentava congressos do PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Consequentemente, a anteposição ideológica ditava suas preferências na academia.

Seus temas favoritos quase sempre envolviam Georg Lukács, filósofo e historiador literário húngaro conhecido como um dos mais proeminentes intelectuais marxistas.

Marx, consequentemente, também estava sempre em pauta.

Baiano de Itabuna, Hess nasceu em 8 de novembro de 1963. Saiu do estado em razão de sua carreira acadêmica, mas o letrólogo nunca ficou muitos meses longe de casa.

Formado, deixou a pacata Viçosa —cidade em que até os lojistas folgam aos fins de semana— em 1996.

Depois partiu para Goiânia, onde, em 2000, conquistou o título de mestre em letras e linguística pela Universidade Federal de Goiás. Tomou gosto pelo estado, mas foi no Distrito Federal que se estabeleceu.

Em 2006, após concluir o doutorado em literatura pela Universidade de Brasília, começou a sondar o magistério. Na mesma instituição, começou a lecionar em 2010.

Ele ministrava aulas de licenciatura em educação do campo, curso que ajudou a formular com objetivo de levar instrução de qualidade aos trabalhadores e habitantes de áreas rurais.

O engajamento de Hess em pautas sociais era há muito conhecido. Ele era figura certa nos encontros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). E sempre dizia que o acesso à terra é o maior direito de um ser humano e o grande símbolo de um mundo mais igualitário.

Em nota conjunta, a diretoria da Universidade de Brasília, comandada pela reitora Márcia Moura, e colegas de Hess celebraram "as contribuições do professor na formação intelectual e educacional dos nossos estudantes, assim como sua projeção como um pesquisador crítico, reconhecido e comprometido com a qualidade da ciência no país".

Bernard Herman Hess morreu no último dia 16, aos 59 anos, após ser ferido em um assalto em uma feira livre de Ilhéus, na sua amada Bahia.

Além de esposa e filhos, ele deixa uma legião de amigos e admiradores para perpetuar seus ideais.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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