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mudança climática vale do javari

Seguimos o trabalho de Bruno e Dom na Amazônia porque nosso futuro depende dele

Durante um ano, mais de 50 jornalistas de 16 organizações de notícias uniram-se para que essa história não morra com eles

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Laurent Richard

Fundador e diretor do consórcio Forbidden Stories.

"Esta história precisa ser contada."

Em 26 de junho de 2022, 11 dias após a descoberta dos corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips, as câmeras do mundo captaram a raiva de Sian Phillips, irmã do jornalista britânico assassinado.

Cercada de amigos próximos e familiares, todos vestindo camisetas pretas com fotos de Dom em plena floresta, ela explicou que seu irmão foi morto "porque tentou contar ao mundo o que está acontecendo na floresta tropical e com seus habitantes".

O jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian (à esquerda), e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira (à direita) - Daniel Marenco/Agência O Globo e @domphillips no Twitter

Nos últimos anos, os crimes ambientais têm sido dos assuntos mais perigosos para os jornalistas cobrirem. Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, dois jornalistas são mortos em média a cada ano por seu trabalho sobre desmatamento, mineração ilegal, predação de terras, poluição e outros assuntos ligados às indústrias extrativas.

Os defensores do meio ambiente, por sua vez, também estão no olho do furacão. De acordo com um relatório da Global Witness, 1.700 deles foram mortos de 2010 a 2020.

Dom Phillips foi um dos jornalistas mais testados em batalha. Durante 15 anos, ele cruzou a região amazônica. Seu amigo e guia, Bruno Pereira, especialista em comunidades indígenas, conhecia esse território melhor que ninguém.

Os dois foram trabalhar juntos no Vale do Javari, região que se transformou em reduto de tráfico ilegal de madeira, drogas e recursos naturais.

Os assassinos de Bruno e Dom não conseguirão impedir que essa história seja contada. Durante um ano, mais de 50 jornalistas de 16 organizações de notícias, coordenados pela Forbidden Stories, uniram-se para dar continuidade ao seu trabalho, a fim de garantir que não morra com eles. Os dois foram assassinados porque tentaram informar o mundo sobre os crimes cometidos por aqueles cujas atividades estão esvaziando os pulmões do planeta.

Banner de 'O Projeto Bruno e Dom - Uma Investigação sobre a Pilhagem da Amazônia', consórcio internacional formado por 16 veículos de imprensa, entre eles a Folha - Divulgação

Esse assunto parece distante de você? No entanto, está intimamente ligado à nossa vida diária.

O apetite global por carne bovina está acelerando a catástrofe climática global: cerca de dois terços do desmatamento da Amazônia estão ligados à pecuária.

Em 2019, coordenamos o projeto Green Blood (Sangue Verde) ao lado de 30 outras organizações de mídia, propiciando investigações de jornalistas indianos, guatemaltecos e tanzanianos sobre os custos ambientais da indústria de mineração.

Ao rastrear a cadeia de suprimentos desde o distribuidor final, nossos jornalistas puderam mostrar como os recursos sujos acabam no coração do Vale do Silício por meio de multinacionais obscuras.

Sem jornalistas no local, ninguém saberia o que essas grandes multinacionais estão fazendo além do conteúdo "verde" de suas campanhas publicitárias.

A mudança climática está afetando desproporcionalmente as populações mais vulneráveis do mundo. Os jornalistas e defensores dos direitos humanos que contam esta história também estão na linha de frente.

Reportar sobre esses temas —assim como questionar as empresas poluidoras e os políticos que as possibilitam, no estilo "Não Olhe para Cima"— é um direito oficial que remonta à Cúpula da Terra de 1992 no Rio.

Sem acesso à informação independente, ninguém vai salvar o planeta.

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