Descrição de chapéu jornalismo vale do javari

Consórcio integrado pela Folha investiga pilhagem da Amazônia no rastro do trabalho de Bruno e Dom

Dezesseis veículos de dez países dão continuidade à atuação de jornalista assassinado; reportagens começam a ser publicadas nesta quinta (1º)

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Manaus

Após dez meses de investigação jornalística sobre diferentes aspectos da exploração predatória da Amazônia, um consórcio internacional formado por 16 veículos de imprensa —a Folha entre eles— apresenta a partir desta quinta-feira (1º) as reportagens elaboradas em "O Projeto Bruno e Dom – Uma Investigação sobre a Pilhagem da Amazônia".

O consórcio foi formado após os assassinatos do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Os dois foram mortos na região da Terra Indígena Vale do Javari, na tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, por pescadores ilegais. Na próxima segunda-feira, dia 5 de junho, o duplo homicídio completa um ano.

O rostos de Bruno e Dom estão pela metade nas laterais do cartaz. No meio há nome do projeto e seu slogan e um logotipo da organização Forbidden Stories. Ao fundo da imagem, há uma foto de um rio em meio à floresta, visto de cima
Banner de 'O Projeto Bruno e Dom - Uma Investigação sobre a Pilhagem da Amazônia', consórcio internacional formado por 16 veículos de imprensa, entre eles a Folha - Divulgação

Integram o consórcio 16 veículos e organizações jornalísticas de dez países. A iniciativa é capitaneada pela Forbidden Stories, uma organização que se dedica a dar continuidade ao trabalho de jornalistas assassinados no exercício do ofício.

A ideia do projeto é uma união de esforços, o que envolveu mais de 50 jornalistas, para o prosseguimento do trabalho de Dom, que morreu durante a apuração para um livro na região do Vale do Javari, na companhia de Bruno.

Assista abaixo ao trailer da iniciativa.

Os dois foram assassinados por pescadores ilegais, no rio Itaquaí, quando retornavam à cidade de Atalaia do Norte (AM). Os corpos ficaram desaparecidos por dez dias, e só foram encontrados pela polícia após extensivo trabalho de busca e localização por indígenas da região.

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou três pescadores como autores diretos dos homicídios: Amarildo Oliveira, o Pelado; seu irmão Oseney de Oliveira, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha.

A Justiça Federal no Amazonas conduz as últimas audiências para decidir se eles serão levados a júri popular.

Já a PF (Polícia Federal) disse que as investigações concluíram que houve um mandante para o crime: Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, que explorava pesca ilegal na região do Vale do Javari.

A PF também atribuiu dolo eventual nos homicídios, por omissão e por conhecimento do que poderia ocorrer, ao presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) no governo Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Xavier. Tanto Xavier quanto um ex-integrante da cúpula do órgão, Alcir Amaral, foram indiciados pela PF.

Um ano após as mortes de Bruno e Dom, o consórcio de veículos de imprensa publica o resultado de investigações sobre pesca ilegal, grilagem de terras, indústria da carne e garimpo ilegal na Amazônia. Esses eram assuntos perseguidos por Dom.

"O Projeto Bruno e Dom – Uma Investigação sobre a Pilhagem da Amazônia" é formado por Folha, TV Globo, Globoplay, Repórter Brasil, Amazônia Real, Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Ojo Público, Expresso, Le Monde, The Guardian, NRC, Paper Trail Media, The Bureau of Investigative Journalism, OCCRP, Tamedia e DerStandard.

As reportagens do consórcio serão publicadas desta quinta (1º) até o sábado (3).

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