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Descrição de chapéu Obituário Arlete Maria de Oliveira Passos (1947 - 2023)

Mortes: Psicóloga enfrentou as dores da vida com um sorriso no rosto

Arlete Maria de Oliveira Passos saltou de paraquedas aos 64 anos para entender o amor do filho pelo esporte

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São Paulo

Segundo o dicionário Houaiss, resiliência é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. E este substantivo serve como uma luva para descrever a vida da paranaense Arlete Maria de Oliveira Passos, que superou doenças e cirurgias sempre com um sorriso no rosto.

Nascida em 1947 em Curitiba, ela se mudou ainda jovem para a capital paulista, onde se formou em letras na PUC-SP e passou a dar aulas de inglês.

Pouco depois, conheceu o futuro marido, Hildebrando, quando este foi visitar seu pai, Emiliano, que era amigo dele. A partir de então, nunca mais se separaram. Foram 51 anos de casamento e três filhos: Fernanda, 50; Juliana, 44; e Eduardo, 42.

Arlete Maria de Oliveira Passos (1947 - 2023) - Arquivo pessoal

Com os filhos já crescidos, Arlete voltou a estudar, cursou psicologia na faculdade UNG, em Guarulhos, e começou a trabalhar na assistência social da cidade da Grande São Paulo.

No entanto, em 2008, ela se aposentou por invalidez devido às suas doenças. Arlete precisou ser operada quatro vezes na coluna, as últimas três para corrigir um erro médico. O filho Eduardo conta que em 1986, na primeira, o cirurgião usou uma técnica que não era aprovada e provocou o deslizamento de uma vértebra, o que piorou o problema.

Ela também tratou linfoma não Hodgkin (câncer no sangue) nas décadas de 1990 e 2000. No tratamento do segundo câncer, os médicos descobriram mais um problema. Após a quinta sessão de quimioterapia, ela passou muito mal e foi levada ao pronto-socorro. Nos exames foi detectado um aneurisma de aorta. Por causa disso, foi diretamente para a radioterapia, mas conseguiu se curar do linfoma.

Devido ao aneurisma, ela voltou à mesa de cirurgia em 2006 para fazer um enxerto de aorta. No procedimento, o médico descobriu que sua válvula aórtica tinha um problema genético, o que exigiu a troca por uma prótese metálica. Com essa substituição, ela adquiriu arritmia e precisou colocar um marca-passo. Anos depois, para controlar os batimentos, também teve instalado um desfibrilador subcutâneo.

Mesmo após tantos problemas médicos, ela decidiu se desafiar em um salto de paraquedas com o filho, este amante do esporte. Eduardo diz que foi justamente para entender esse amor que Arlete quis saltar. E, em 2011, aos 64 anos, ela realizou o desejo.

"Eu pedi atestado de todos os médicos, pensando que a faria desistir. Mas uma semana depois ela me trouxe cinco atestados dos médicos liberando o salto", conta Eduardo.

Mesmo com todas as lutas por sua saúde após a aposentadoria, Arlete não parou e começou a atuar na igreja, ajudando no bazar, no grupo de liturgia das irmãs marcelinas, no apostolado e como ministra da eucaristia da paróquia São Geraldo.

Em julho de 2021, porém, sofreu um AVC que afetou o controle de movimentos do lado direito do corpo e provocou seguidos problemas nos rins, nos pulmões e falência dos órgãos.

Arlete morreu no dia 29 de junho, aos 75 anos, no hospital Beneficência Portuguesa, de falência cardíaca na sua quarta internação. Ela deixa o marido, os três filhos, os netos Bruna, Gabriel, Francisco, Leandro e Beatriz e a bisneta Helena.

"Ela foi o maior exemplo de resiliência que tenho na minha vida. Mesmo na cadeira de rodas, eu presenciei ela chorando de rir inúmeras vezes. Ela escondia a dor que sentia. Só quem a conhecia muito bem para entender que ela tinha algum incômodo", emociona-se o filho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

Arlete Maria de Oliveira Passos atuou como psicóloga na assistência social de Guarulhos, não como assistente social, como publicado em versão anterior deste texto.

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