A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta terça-feira (22) 38 armas que eram rifadas pela internet. Os fuzis, pistolas e espingardas estavam em uma casa no bairro Anália Franco e em um estande de tiros na Vila Carrão. Os dois bairros ficam na zona leste da capital.

De acordo com o delegado Eduardo Miraldi, titular da 3ª DIG (Delegacia de Investigações Gerais) do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), a investigação começou semanas atrás, quando souberam que o dono de um clube de tiro estaria promovendo rifas de armas de fogo.

"A partir daí, a gente começou a monitorar essa pessoa e, realmente, nas redes sociais ele promovia essas rifas. Ele lançava determinado número de cotas de um sorteio, com um valor bem baixo, para que as pessoas adquirissem essas cotas e participassem do sorteio dessas armas de fogo. Conseguimos apurar que algumas rifas ele cobrou 0,99 pela cota e algumas outras ele cobrava 5,99", explicou o delegado.

A divulgação da rifa era feita pelo Instagram, segundo a investigação, já que ele tem número significativo de seguidores, o que ajudava a alavancar as vendas das rifas.

Foi instaurado inquérito e a Justiça expediu mandados de busca e apreensão para quatro endereços ligados ao investigado, sendo um para o clube de tiros e os demais para residências ligadas a ele.

O delegado destacou que o dono do clube de tiros é investigado pelos crimes de comércio irregular de armas de fogo, jogos de azar, e eventual lavagem de dinheiro, já que ele movimentava com as rifas, segundo a investigação, quantias volumosas de dinheiro.

"O crime mais grave é o comércio irregular de arma de fogo que tem pena de até 12 anos de reclusão", disse o delegado. A pena pode aumentar em função do total de rifas realizadas. O número ainda é levantado pela investigação.

O homem não estava nos locais onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão. Não havia mandado de prisão expedido.

Ainda segundo Miraldi, inicialmente, todas as armas e o clube de tiros são legalizados, mas a Polícia Federal será informada sobre para que também verifique a situação.

Segundo a investigação, o nome do suspeito não será divulgado porque não houve indiciamento. Um advogado do suspeito se apresentou, mas o nome dele não foi informado pela polícia.