Mortes: Dedicou a vida ao ensino do vôlei
Osvaldo Altafim Júnior formou atletas e treinou equipes em Bauru, no interior de São Paulo
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O primeiro amor de Osvaldo Altafim Júnior foi o futebol. Na infância, acompanhou em êxtase o terceiro título mundial da seleção brasileira masculina. Carregou aqueles quatro antológicos gols contra os italianos vivíssimos em sua memória.
Foi anos depois, no entanto, que conheceu sua paixão para a vida: o vôlei.
Los Angeles, Estados Unidos, 1984. Lá, surgia a geração de prata, composta por craques como Bernard Rajzman, Renan Dal Zotto, William e Montanaro. A milhares de quilômetros dali, no interior de São Paulo, estava Osvaldo. Vibrou a cada ponto. Chorou com a derrota para os americanos. Decidiu dedicar sua existência àquele encantador esporte.
Formou-se em educação física, lecionou em escolas e universidades e, paralelamente, treinou equipes amadoras e profissionais. Era exigente, mas incentivador. Lapidou atletas e seres humanos.
Sua passagem mais marcante foi pelo então incipiente time feminino do Vôlei Bauru, entre 2008 e 2012. Hoje a equipe possui um dos maiores investimentos da Superliga, e o trabalho do professor Osvaldo —como é carinhosamente chamado— nunca foi esquecido.
Após deixar o comando daquela agremiação, tornou-se servidor de carreira da prefeitura da cidade. Trabalhava em projetos com crianças. O secretário bauruense de Esportes e Lazer, Alexandre Zwicker, diz sentir gratidão eterna pela devoção do educador.
O mesmo é relatado por Laura Santos, 22, treinada por Osvaldo durante a adolescência. "Estar ao lado dele foi transformador. Era uma pessoa pura. Queria o nosso bem, a nossa felicidade, nosso sucesso", relata.
Há quase dois anos, ele enfrentava um câncer. Nos últimos meses, afastou-se do trabalho. Estava fraco. A quimioterapia já não funcionava. Caminhava, respirava e falava com dificuldade. Era internado com frequência.
Poucas coisas o deixavam alegre. Uma delas era acompanhar partidas de voleibol pela televisão. Eram vividas com a mesma energia daquele embate acompanhado em 1984.
Após uma última visita ao hospital, Osvaldo Altafim Júnior morreu nesta quinta-feira (21), aos 64 anos. O professor deixa sua esposa Liliane Cristina, e um filho, Giam Luca.
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