Descrição de chapéu Obituário Carlos Gustavo Costa Areias (1983 - 2023)

Mortes: Curtiu a juventude embalado pelo rock

Guitarrista e compositor, Carlos Gustavo Costa Areias animava festas corporativas com paródias

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

De profissão, Carlos Gustavo Costa Areias seguiu o ramo elétrico, mas sua grande paixão era o rock.

Nascido na capital paulista em 1983, Gustavo passou a infância e a adolescência com a família em Itaquaquecetuba, na região metropolitana de São Paulo. Ele era o quarto dos cinco filhos do casal Carlos e Arlete.

Formou-se em técnico em eletrotécnica na Etec (Escola Técnica Estadual) de Mogi das Cruzes e logo conseguiu um estágio na Bandeirante Energia (atual EDP Brasil), aos 18 anos. Foi efetivado após seis meses. Para crescer profissionalmente, graduou-se em administração de empresas na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes) e, alguns anos depois, já era analista.

Carlos Gustavo Costa Areias (1983 - 2023) e a mulher, Marina
Carlos Gustavo Costa Areias (1983 - 2023) e a mulher, Marina - Arquivo pessoal

Os três irmãos mais velhos —Otávio, Heitor e Caio— frequentaram um conservatório musical e aprenderam a tocar instrumentos, mas Gustavo e o caçula, Cícero, não tiveram a mesma sorte. Mas isso não foi impedimento para que os dois usassem os instrumentos dos irmãos para aprenderem em casa.

Gustavo passou a formar bandas com os amigos da escola na edícula de sua casa. No local, usando seus salários como estagiário, montou um estúdio para tocarem as músicas de suas bandas favoritas: Angra, Helloween e Metallica. E para conseguir um dinheiro extra, alugava o estúdio para outros músicos gravarem.

O amor pela música seguiu e ele também formou uma banda na empresa. A Mebebeda sempre era chamada para se apresentar nas confraternizações de funcionários e nos eventos corporativos, como a Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes), na qual tocava paródias de músicas conhecidas com letras falando sobre segurança.

Em 2008, ele foi com um amigo para assistir ao Campeonato de Futsal do Sindicato dos Bancários, em Mogi. Em um dos times havia uma mulher jogando, a única de toda a competição. Era Marina Kayoko Karuka. Os dois tinham um amigo em comum, Rafael, que passou o contato. Após algumas mensagens elogiosas por SMS, ele tomou coragem e se apresentou antes do jogo final.

Pouco mais de um mês depois eles estavam namorando e, em um ano, já estavam construindo uma casa em Mogi, onde passaram a morar juntos. Casaram-se no civil em 2019.

Em 2017, aproveitou para tirar a cidadania italiana e a Costa Amalfitana, no país europeu, passou a ser seu destino de férias.

Marina conta que o marido sempre fazia corridas e caminhadas. Era magro e cuidava da alimentação, aparentando ser uma pessoa saudável. Mas não gostava de fazer exames médicos.

Porém, no dia 27 de agosto, após um dia rotineiro, Gustavo sentiu uma dor no peito e pediu para ir ao médico, por volta das 19h.

"A partir daquele momento, as coisas aconteceram muito rapidamente. Em menos de dez minutos ele vomitou duas vezes. Depois, caiu no sofá e o corpo já não tinha movimentos voluntários. Pedi ajuda aos vizinhos e liguei para o Samu, que tentou reanimá-lo, mas não foi possível", lamenta Marina.

Gustavo morreu aos 39 anos, de infarto. Ele deixa a mulher, os pais, os quatro irmãos, quatro sobrinhos e muitos amigos.

"O Gustavo foi o irmão que me escolheu quando podia ter simplesmente deixado para lá. Foi a pessoa que me pegou pela mão e mostrou como a vida pode ser boa. Não existe um minuto da minha vida que não tenha a ver com ele. Fomos amigos gêmeos apesar da assimetria", diz o amigo Rafael Las Casas de Brito.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.