Siga a folha

Descrição de chapéu Obituário Eurico de Godoy Neiva Filho (1973 - 2023)

Mortes: Discreto, documentou histórias de estrelas da televisão

Eurico Neiva dividiu trabalho de oficial de Justiça com pesquisa para dois livros sobre a TV Tupi

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O perfil de Eurico Neiva sempre foi o de um profissional discreto, polido, muito inteligente e calmo, mesmo em meio às duas centenas de processos judiciais que recebia todos os meses. Como oficial de Justiça, precisava retirar os mandados dos sistemas, cumpri-los e devolvê-los à central.

Nos últimos anos, Eurico trabalhava na unidade de Santana, na zona norte de São Paulo, que abrange os bairros Casa Verde, Vila Maria, Tucuruvi e parte de Pirituba. A rotina do trabalho era dura, para além do volume de processos. Oficiais estaduais cumprem ordens judiciais que vão de despejo e reintegração de posse a acolhimento de crianças e apreensão de veículos.

Eurico de Godoy Neiva Filho (1973-2023) - Arquivo pessoal

"Era uma pessoa muito gentil e solícita. Era mais na dele, quieto, mas extremamente correto, culto e educado para falar", diz a amiga Magali Pereira, diretora da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo. Ela trabalhou com Eurico no Fórum João Mendes Júnior, também na capital.

Eurico, que nasceu na véspera do Natal de 1973, no Recife, em Pernambuco, foi dedicado aos estudos e fez duas graduações. A primeira foi em direito na Universidade Católica de Pernambuco. A segunda, em ciências sociais, na Universidade Federal de Pernambuco.

Ele foi servidor do Judiciário no estado até partir para a capital paulista. Manteve o ritmo e estudou direito público na Escola Superior do Ministério Público.

Essas informações estão reunidas pelo Museu Brasileiro de Rádio e Televisão. O motivo também foi uma surpresa para a amiga Magali. Como Eurico era muito reservado, poucos sabiam de sua paixão pelo mundo da teledramaturgia.

A mesma dedicação para o trabalho no Judiciário foi usada por Eurico para contar, junto com o ator e escritor Mauro Gianfrancesco, a história da TV Tupi e do começo da televisão brasileira em dois títulos.

"De Noite Tem... Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira", de 2009, reuniu curiosidades sobre novelas, como a pioneira do beijo técnico "Sua Vida Me Pertence", de 1951, que tinha apenas dois cenários e nove atores e atrizes no elenco.

Já em "Astros e Estrelas da TV Tupi - Arte e História na Teledramaturgia Brasileira", de 2013, a dupla apresentou quase mil verbetes biográficos sobre artistas, resultado de uma década de pesquisas.

"Foram 400 entrevistas e muita pesquisa em centros culturais e jornais", disse Eurico em uma entrevista de 2013 com Mauro ao programa "Em Cartaz", da TV Aberta São Paulo. Naquele ano, eles lançaram o título durante as comemorações de 63 anos da extinta rede de televisão.

Eurico morreu em 7 de novembro de 2023, aos 49 anos, vítima de um infarto. Ficam as obras e a admiração dos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas