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Lama 'amolece' terreno sob trilhos e trens de Porto Alegre não têm prazo para voltar a circular

Segundo diretor-presidente da Trensurb, estações da região central da capital gaúcha tiveram perda total

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Porto Alegre


Os danos causados pela enchente do lago Guaíba no sistema ferroviário da Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) vão deixar o serviço suspenso por tempo indeterminado na capital gaúcha.

O diretor-presidente da Trensurb, Fernando Marroni, disse à Folha que a maior dificuldade neste momento é a recuperação do leito da via do trem, que fica sobre uma camada de brita intertravada de aproximadamente 60 centímetros de altura.

"Depois que a lama chega em cima da brita, ela amolece, vira uma manteiga. Não tem estabilidade para o trem rodar em cima", diz.

Alagamento na avenida Mauá, junto aos trilhos do sistema da Trensurb, em Porto Alegre - @fernando_berthold no Instagram

O sistema da Trensurb, que está paralisado desde o dia 3, liga Porto Alegre à cidade de Novo Hamburgo —passando por Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul e São Leopoldo. Cerca de 110 mil pessoas circulam diariamente pelas 22 estações.

Segundo Marroni, nas estações Mercado, Rodoviária e São Pedro —as mais afetadas pelo alagamento em Porto Alegre— a situação é de perda total.

"Nós queremos ir avançando aos poucos para chegar até a estação Farrapos. Da Farrapos em diante, nem no médio prazo nós vamos conseguir", disse.

Esse problema não é inédito. Após as inundações do Guaíba em setembro e novembro de 2023, foi preciso trocar um trecho de 300 metros de brita. Agora, o problema de instabilidade nos trilhos é ainda maior.

Estações do sistema da Trensurb, que liga Porto Alegre a Novo Hamburgo - Reprodução

"Tem que tirar toda aquela brita, colocar o leito de novo, colocar trilho para depois poder operar. Não são 300 metros. Agora são quase oito quilômetros de via com perda total", explica.

A região metropolitana foi uma das mais afetadas pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de maio, deixando mais de 160 mortos e afetando 2,1 milhões de pessoas.

A via férrea do Trensurb tem 43 km de extensão, sendo 31,7 km no chão e 11,3 km elevados.

No domingo (19), inspeção da rede entre as cidades de Canoas e São Leopoldo mostrou que uma subestação de energia precisava de reparos. O disjuntor foi trocado e, segundo Marroni, a empresa prepara uma operação emergencial no trecho entre Novo Hamburgo e Mathias Velho, estação em Canoas. Ainda não há data para o início da circulação de trens.

O valor total para recuperar o sistema não pode ser estimado, como explica o diretor da Trensurb, pois há regiões alagadas e isso impede a fixação de um cronograma de obras. No momento, estão em contratação R$ 168 milhões em serviços para viabilizar a operação emergencial e fazer a recuperação de estruturas como estações, geradores e sistemas de sinalização.

Já a falta de previsão do retorno da conexão entre Farrapos —último ponto previsto para recuperação em curto prazo— e o centro de Porto Alegre, deve complicar ainda mais a questão de logística na cidade.

"O trânsito na região de Porto Alegre já está muito estressado, e vai aumentar porque agora é caminhão, é máquina, é gente retomando as suas atividades", disse.

"Cada trem nosso carrega mil pessoas, se é trem acoplado vem 2.000 pessoas. Aí larga em uma estação, e tem que entrar duas mil pessoas nos ônibus. É difícil, mas vamos enfrentar", diz Marroni.

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