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Descrição de chapéu Obituário Armida Lorenzetti (1939 - 2024)

Mortes: Independente, sempre correu atrás da própria felicidade

Armida Lorenzetti foi uma mulher exigente que prezava pela educação dos filhos

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São Paulo

Armida Lorenzetti era uma mulher corajosa e independente. É assim que sua filha mais nova, Ana Claudia Lorenzetti, 46, define a mãe.

Nascida na cidade de São Paulo, Armida é de família italiana. Seu avô chegou à capital paulista em 1917, onde a família cresceu.

Assim como muitas jovens de sua geração, Armida se casou aos 18 anos com um homem mais velho que ela, com quem teve três filhos.

Armida Lorenzetti (1939 - 2024) - Arquivo Pessoal

Com dez anos de casamento, entretanto, fez aquilo que era impensável na época: abandonou a união para viver um grande amor.

Casou-se novamente e teve um casal de gêmeos. A decisão, no entanto, não foi fácil, e ela enfrentou a ira da família e da mãe, que ficou anos sem falar com Armida.

Após décadas de casamento, Armida e o segundo marido se separaram quando ela tinha 75 anos.

Apesar das dificuldades que encontrou, nunca deixou de trabalhar e de acreditar na importância da própria independência. Foi professora na rede pública estadual e municipal na maior parte da vida e se aposentou com 78 anos trabalhando na Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo).

"Ela é um exemplo, correu atrás da própria felicidade. Batalhadora e independente, sempre foi uma inspiração pela coragem", lembra Ana Claudia, que se emociona ao falar da falta que a mãe faz.

Armida também nutria paixão por viajar. Costumava se lembrar de uma vez que foi à Itália, quando reuniu quase toda a família e por lá ficaram cerca de 20 dias.

Mesmo quando a idade já impunha algumas dificuldades de locomoção, não deixava de passear. A filha conta que por vezes advertia a mãe para não viajar, mas ela rebatia. "Eu irei mesmo, em casa é que não vou ficar", dizia, relata a filha.

Armida também gostava de ler e valorizava a educação dos filhos, que, apesar de estudarem em escola particular, costumavam acompanhar a mãe em atividades na rede pública.

"Não sei se foi intencional, mas acabou sendo muito importante para a minha educação ter noção dessa realidade", afirma Ana Claudia.

"Aprendi que a educação é algo que ninguém vai tirar de mim. Como ela era professora, esse valor era ainda mais evidente. Tinha muito claro que só poderia construir alguma coisa na vida se me dedicasse bastante", acrescenta.

Vaidosa, Armida tinha cabelos castanhos, mas em certo momento resolveu mudar e por isso os pintou de vermelho, com mechas brancas. Para manter o visual em dia, ia toda a semana ao cabeleireiro. "Estava sempre toda pimpona", brinca a filha.

Armida morreu aos 85 anos no último dia 18 de junho. Ela deixa cinco filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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