Siga a folha

Polícia investiga se funcionários públicos deixaram R$ 1 milhão em porta-malas no MA

Homem que se apresentou como dono do carro trabalha em órgão da Prefeitura de São Luís; outro servidor esteve no local dirigindo veículo da mãe do prefeito

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Maranhão investiga a origem do dinheiro encontrado e apreendido no porta-malas de um carro em São Luís, na terça-feira (30). Agentes apreenderam, ao todo R$ 1,1 milhão em espécie.

Uma das hipóteses sob investigação é a de que o valor seria destinado a propina ou cooptação de líderes de bairro, segundo policiais ouvidos pela Folha.

Quantia de mais de R$ 1 milhão é encontrada dentro de porta-malas em São Luís - Divulgação/Polícia Militar

O veículo foi deixado abandonado, e a polícia foi chamada pela síndica de um condomínio. Quando os agentes chegaram, um homem identificado como Carlos Augusto Diniz da Costa se apresentou informalmente como o proprietário do veículo. Ele é servidor da secretaria municipal de Informação e Tecnologia da Prefeitura de São Luís, mas foi exonerado após a divulgação do caso.

A defesa de Carlos Augusto não foi encontrada pela reportagem. Procurada por telefone e mensagens, a Prefeitura de São Luís não retornou aos contatos.

A propriedade do veículo também está sob investigação. O carro está em nome de uma pessoa e com intenção de compra de uma terceira, que não é Carlos Augusto.

Na delegacia, Carlos Augusto permaneceu em silêncio. Ele foi intimado duas vezes, segundo a polícia, mas não explicou a origem do dinheiro nem se e como adquiriu o carro.

A polícia investiga ainda a participação de Guilherme Teixeira, assessor do deputado estadual Fernando Braide (PSD), irmão do prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD). A defesa de Guilherme não foi encontrada.

"Por enquanto não dá para dizer que há um crime. Mas há indícios de que o dinheiro possa ter origem ilícita", afirma o delegado Augusto Barros, da Seic (Superintendência de Investigações Criminais).

"A partir do que ouvimos de testemunhas, investigamos se esse dinheiro pode ser recebimento de propina, ou se poderia ser destinado a propina, ou se seria destinado para cooptação de lideranças de bairro."

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela Polícia Civil mostram que, no dia 16 de julho, Carlos Augusto estacionou em uma rua do bairro Renascença um carro vermelho, que eles suspeitam de que seja o mesmo em que agentes encontraram, dias depois, R$ 1,1 milhão.

A imagem mostra que Carlos Augusto desembarca do carro vermelho e embarca na carona de um carro preto, que estava sendo conduzido por Guilherme Teixeira.

O carro preto está registrado em nome da mãe do prefeito Eduardo Braide, morta em 2010. A polícia não descarta a possibilidade de convocar o prefeito para prestar depoimento. Ele pode ser chamado caso a investigação reforce que havia conhecimento ou omissão sobre o valor encontrado.

A Polícia diz agir com cautela para evitar que a investigação seja usada politicamente. No sábado, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), candidato à prefeitura de São Luís, fez críticas ao prefeito nas redes.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas