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No centro de polêmica sobre gênero, boxeadora argelina apela por fim de ataques e bullying

'Isso pode destruir as pessoas', disse a boxeadora em entrevista neste domingo (4)

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Campinas

Imane Khelif, boxeadora argelina centro de polêmica envolvendo discussão de gênero no esporte, apelou pelo fim dos ataques a atletas com a mesma condição biológica que a sua.

Khelif virou alvo de ataques após a italiana Angela Carini desistir da luta contra ela na quinta-feira (1º). A argelina não passou em um teste de gênero no Mundial de Boxe de 2023. Segundo o COI (Comitê Olímpico Internacional), a lutadora de 25 anos havia sido desqualificada do Mundial por "níveis elevados de testosterona que não atendiam aos critérios de elegibilidade".

Em entrevista à Associated Press neste domingo (4) a atleta afirmou que a onda de ataques odiosos que enfrentou devido a conceitos errados acerca de seu gênero "prejudica a dignidade humana".

A boxeadora Imane Khelif está com uma roupa vermelha, luvas vermelhas e um protetor facial também vermelho. Mulher branca, está aplicando um golpe com o braço direito contra a rival, também mulher branca.
Imane Khelif durante luta com a húngara Anna Luca Hamori, que a chamou de "homem" dias antes da luta - Peter Cziborra/Reuters

"Envio uma mensagem a todas as pessoas do mundo para defenderem os princípios olímpicos e a Carta Olímpica, para se absterem de intimidar todos os atletas, porque isso tem efeitos, efeitos enormes", disse Khelif.

"Isso pode destruir as pessoas, pode matar os pensamentos, o espírito e a mente das pessoas. Pode dividir as pessoas. E por causa disso, peço-lhes que evitem o bullying, e é isso", continuou.

Nascida em Tiaret (ARG) em 2 de maio de 1999, Khelif compete desde 2018. Em 2022, ela venceu os campeonatos Africano e Mediterrâneo e chegou à final do Mundial em Istambul (TUR), perdendo para Broadhurst.

A atleta tem garantida ao menos uma medalha de bronze após superar, no sábado (3), a boxeadora húngara Luca Hamori, e se classificar para às semifinais na categoria até 66 kg.

Hamori foi uma das que fez declarações ácidas contra Khelif, um dia antes do confronto que as colocou frente a frente. Em seu Tik Tok, a húngara disse que teria que "lutar contra um homem. Ficou provado que é um homem."

A declaração levou o Comitê Olímpico Argelino a repudiar a fala de Hamori. "Isto contraria a declaração dos atletas sobre os direitos e responsabilidades com outros atletas no espaço olímpico", disse.

Apesar da polêmica se concentrar apenas em Khelif, ela não é a única atleta olímpica reprovada em teste de gênero - tampouco essa é a primeira vez que compete em uma Olimpíada.
A taiwanesa Yu Ting Lin, que estrou na sexta-feira (2) na categoria até 57 kg, foi desqualificada pelo mesmo motivo do Mundial de 2023, organizado pela Federação Internacional de Boxe (IBA).

Ambas as boxeadoras competiram na última Olimpíada de Tóquio-2020, onde a argelina terminou em quinto lugar, e a taiwanesa, em nono.

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