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Descrição de chapéu clima São Paulo

Milhares de peixes morrem e água fica verde na represa Billings, em SP

Somente nesta quarta-feira (11), cerca de 450 kg de animais foram retirados; causa da morte é investigada pela Cetesb

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São Paulo

Uma investigação comandada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) busca descobrir o que provocou a morte de milhares de peixes na represa Billings, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo.

Os animais foram encontrados mortos no fim de semana. A água do local também está com tom esverdeado.

A Billings e braços, como o rio Grande, são usados para abastecimento de energia elétrica e de água para a região metropolitana de São Paulo.

Peixes mortos são recolhidos na na represa Billings, em São Bernardo do Campo (SP) - Governo de SP

Nesta quarta-feira (11) equipes da Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), da Cetesb, da Sabesp (Companhia de Saneamento), da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e da Polícia Ambiental retiraram cerca de 450 kg de peixes.

O trabalho estava previsto para ser encerrado ainda nesta quarta, de acordo com o governo estadual.

Técnicos da Cetesb realizaram coleta para avaliar a qualidade da água no local. Os resultados das análises estão previstos para as próximas semanas

Conforme a secretaria, a causa mais provável para a coloração esverdeada da água na Billings é a floração de algas, provocada pela baixa vazão, somada ao excesso de nutrientes e condições climáticas desfavoráveis, fenômeno que vem sendo observado também em outros reservatórios e rios, como o Pinheiros, na cidade de São Paulo.

De acordo com a Sabesp, a qualidade na captação no rio Grande, braço separado do corpo da represa, permanece inalterada, garantindo a potabilidade da água fornecida.

As atividades aquáticas no parque Estoril, nas proximidades da Billings, foram suspensas pela Prefeitura de São Bernardo do Campo desde que a Guarda Civil Ambiental foi acionada no domingo (8) para verificar ocorrência de peixes mortos às margens da represa.

"A administração aguarda resultado de perícia realizada pela Cetesb para permitir a retomada das atividades aquáticas no local", diz a Prefeitura, em nota.

A bióloga e ambientalista Marta Marcondes, professora e pesquisadora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), foi à Billings na segunda-feira (9) e disse ter ficado preocupada ao ver que os peixes mortos eram pequenos, de 15 a 20 centímetros. "Isso indica que eram animais jovens", afirma.

Marcondes, integrante do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos), desenvolvido em conjunto pela universidade, afirma que a oxigenação da água estava muito baixa na segunda-feira.

Segundo ela, quando chegou na região do Parque Estadual Águas da Billings, havia poucos peixes mortos na margem, mas eles acabaram levados até lá pelo vento e com eles viram o mau cheiro.

Marcondes afirma que há dois cerca de meses houve uma mortandade de peixes na parte alta do rio Grande e ela desconfia que o problema pode ser ao mesmo.

"A água pode ter trazido poluentes que provocaram a [mortandade] anterior e provocaram a morte atuais desses animais", diz.

Ela afirma que o alto nível de poluição atmosférica pode ter integrado com a água. "Vamos fazer testes para saber se poluentes estão em grande quantidade", afirma —na sexta, uma equipe do IPH vai subir o Rio Grande.

"Mas não são eventos isolados, isso é um reflexo de desmatamento desenfreado e da falta de saneamento e de chuva", diz.

RIO PINHEIROS

O DAEE, órgão regulador de recursos hídricos do governo estadual, e a Emae iniciaram na terça (10) uma operação de bombeamento para melhorar a circulação de água do rio Pinheiros, na tentativa de amenizar o problema das algas presentes no curso d’água.

Segundo o governo, a operação, que terminou às 5h desta quarta, proporcionou melhora de aproximadamente 35% na qualidade da água.

"O estado de São Paulo vive um forte período de estiagem. Desta forma, a vazão que chega ao Pinheiros pelos rios afluentes diminuiu significativamente, favorecendo a eutrofização no canal do rio, ou seja, a proliferação de algas devido às concentrações de nutrientes em relação à falta de circulação de água no rio", diz a Secretaria de Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.

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