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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Entenda como funciona o doping, prática proibida que já eliminou brasileiro nas Olimpíadas de Paris

Anabolizantes, hormônios e estimulantes podem aumentar força, resistência e velocidade de atletas, mas uso é proibido e traz riscos à saúde

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João Pessoa

Desde que quebrou o recorde mundial nos 100 metros livre com o tempo de 46s50 e conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, na última quarta-feira (31), o nadador chinês Zhanle Pan é acusado de ter usado substâncias para melhorar seu desempenho —prática conhecida como doping. Isso porque o tempo feito é considerado "humanamente impossível".

Algumas substâncias ingeridas por atletas olímpicos, como esteroides anabolizantes, hormônios e estimulantes, de fato podem aumentar força, resistência ou velocidade de forma artificial. No entanto, a prática é proibida e, caso confirmada, o atleta pode ser penalizado com afastamento ou ter que devolver a medalha conquistada, além de correr o risco de manchar sua imagem no esporte.

A lista de substâncias proibidas para atletas olímpicos é extensa e atualizada anualmente. - Unsplash

"Nos esportes de alto rendimento competitivo, existe uma normalização do fair play, do jogo limpo, que não fere os princípios da ética, da legalidade e da saúde do atleta também. Então é essencial seguir todas as regras", explica o endocrinologista Clayton Macedo, presidente do departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

A lista de proibições é extensa e atualizada anualmente pela Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês), o que exige dos atletas olímpicos um acompanhamento médico rigoroso antes de consumir qualquer substância, mesmo aquelas de uso comum. No Brasil, a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) é responsável pelo controle.

"Qualquer atleta que tenha vínculo com confederações, mesmo fora da competição, está sujeito a receber a visita de um fiscal antidoping e precisa ceder o material para exame. Normalmente, é feito pela urina, mas também pode ser feito pela coleta de sangue", afirma Macedo.

Se o atleta se negar a oferecer a amostra ou a informar sua localização, ele pode sofrer as mesmas penalidades de um atleta que teve o resultado positivo para o teste antidoping.

Em Paris, as primeiras eliminações por doping já ocorreram. O exame antidoping, usado para detectar a presença de substâncias proibidas no organismo dos atletas, testou positivo para o maratonista brasileiro Daniel Nascimento, no dia 15 de julho, antes mesmo do início dos jogos.

Na última terça (30), a Corte Arbitral do Esporte (CAS) confirmou doping nos testes do judoca iraquiano Sajjad Ghanim Sehen e da boxeadora nigeriana Cynthia Temitayo Ogunsemilore, ambos suspensos durante os jogos.

A regulamentação é rigorosa e, em muitos casos, as substâncias proibidas podem ser encontradas em suplementos aparentemente inofensivos, como medicamentos.

Dependendo do tipo de remédio e do perfil do atleta, o tempo para que o corpo elimine a substância pode ser longo.

Se o atleta precisar fazer uso de alguma substância proibida para tratamento de uma condição médica específica, deve obter uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT). Além disso, o atleta é responsável por tudo o que ingere e coloca no corpo, mesmo que prescrito por médicos.

"Mesmo que não tenha pleno conhecimento, se ele permitir o uso de uma substância, pode ser considerado culpado", explica Macedo.

VEJA PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE DOPING

O que é doping e como ele é detectado?

Doping é o uso de substâncias ou métodos proibidos por atletas para melhorar artificialmente o desempenho esportivo. É uma prática que oferece vantagem injusta e, por isso, considerada antiética.

Essas substâncias podem incluir esteroides, hormônios ou estimulantes, que aumentam a força, a resistência ou aceleram a recuperação física.

O exame antidoping garante a justiça nas competições. É um procedimento realizado para detectar a presença de substâncias proibidas no organismo dos atletas. Ele existe para garantir a equidade nas competições esportivas, protegendo a saúde dos atletas e mantendo a integridade do esporte.

O que é proibido?

Substâncias não aprovadas por agências reguladoras, agentes anabolizantes, hormônios de crescimento, moduladores metabólicos, diuréticos, estimulantes, narcóticos, canabinóides, glucocorticoides, betabloqueadores, dentre outros. A lista completa pode ser lida aqui.

As proibições variam de acordo com cada modalidade esportiva e com a temporada. Alguns são 100% proibidos, outros apenas durante competições.

A lista de substâncias e métodos proibidos é extensa e atualizada regularmente pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

No Brasil, o órgão responsável pela fiscalização e controle é a ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

Remédio pode ser doping?

Sim, muitos medicamentos contêm substâncias proibidas. Atletas devem sempre consultar um médico e verificar a lista de substâncias proibidas antes de utilizar qualquer medicamento, mesmo aqueles de uso comum.

Qual é a responsabilidade do atleta?

O atleta é o principal responsável pelo que consome. Mesmo que um médico ou treinador tenha prescrito ou recomendado o uso de uma substância, o atleta deve garantir que ela não esteja na lista de substâncias proibidas.

Se o doping for confirmado, o atleta pode ser penalizado, mesmo que a prescrição tenha vindo da equipe médica.

Métodos contraceptivos são proibidos?

Não, métodos contraceptivos não estão na lista de substâncias proibidas pela WADA. No entanto, atletas devem estar atentos à composição de qualquer medicamento.

Maconha é proibida?

Sim, a maconha é uma substância proibida durante as competições. Ela pode levar à desqualificação se for detectada em exames antidoping.

Se o atleta precisar fazer uso de alguma substância proibida para tratamento de uma condição médica específica, deve obter uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT).

Quanto tempo a substância pode ficar no organismo?

O tempo que uma substância permanece no organismo varia conforme a substância e o metabolismo do atleta. Algumas podem ser detectadas semanas ou até meses após o uso.

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