Descrição de chapéu Olimpíadas

Rafaela Silva desabafa e diz ter pensado em suicídio após punição por doping

Judoca brasileira ficou fora de Tóquio 2020 após ouro em casa, em 2016; Silva foi eliminada na segunda-feira (29), com duas derrotas seguidas

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Campinas

A judoca Rafaela Silva, ouro nas olimpíadas Rio 2016, usou o Instagram para agradecer o apoio da torcida em Paris 2024. Em tom de desabafo, a atleta diz ser difícil não ter alcançado a medalha e relata que tentou tirar a própria vida após ser suspensa dos últimos jogos olímpicos (Tóquio 2020) por doping.

Rafaela deixou as olimpíadas na segunda (29) após cair para a sul-coreana Mimi Huh. Ela ainda disputou bronze contra a japonesa Haruka Funakubo, mas foi desclassificada por uma técnica ilegal - como aconteceu em 2012, ano em que estreou em uma olimpíada.

Na publicação, Rafaela destaca que pratica o esporte há 27 anos e que treina tão duro quanto no começo de sua trajetória com o esporte. "Gostaria de estar aqui apenas para agradecer o apoio de vocês com a concretização material da medalha. Mas hoje a minha medalha não está visível no meu pescoço, e sim no coração", escreve.

Rafaela Silva, mulher negra, cabelos pretos, usa um kimono azul escuro. Está de perfil, com as mãos no rosto e chorando
Rafaela Silva chora após ser desclassificada e ficar sem medalha em Paris 2024 - Kim Kyung-Hoon/REUTERS

"Há 3 anos atrás, por algumas ocasiões, tentei tirar a minha vida quando me encontrei em uma situação que achei que não poderia mais fazer judô. O judô é o que eu amo fazer, e já era importante para mim antes mesmo da minha primeira aula. E tudo mudou depois dessa aula: não só a atleta que me tornei, mas também o ser humano que sou hoje", desabafa.

Rafaela também agradece a amigos, equipe, apoiadores e à família. Por fim, encerra prometendo "buscar mais e mais".

Oriunda da favela da Rocinha, no Rio, Rafaela, hoje com 32 anos, ascendeu cedo ao esporte. Em 2013, então com 21 anos, se tornou a primeira brasileira campeã mundial de judô. Em 2023, conquistou o ouro nos jogos Pan-Americanos de Santiago, se tornando a primeira atleta da história do judô brasileiro, entre homens e mulheres, a ser campeã olímpica, mundial a pan-americana.

Em Paris 2024, Rafaela chegou às semifinais e diz estar satisfeita com o resultado, fruto de muito esforço e trabalho duro.

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