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Pesquisa encontra metais pesados em marcas de chocolates

Apesar dos achados de compostos químicos, pesquisadores dizem que os riscos à saúde são mínimos

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Marcelo Teixeira
Nova York | Reuters

As concentrações de metais pesados encontradas em porções individuais de alguns chocolates e produtos à base de cacau são, na maioria dos casos, muito baixas para representar um risco à saúde para os consumidores, mostra uma pesquisa publicada na última quarta (31) na revista Frontiers in Nutrition.

Isso é verdade quando os produtos são consumidos como uma única porção, mas o consumo de mais de uma porção por dia ou em combinação com outras fontes de metais pesados —como frutos do mar e arroz integral não lavado— pode resultar em uma exposição cumulativa que excede as recomendações dos órgãos de saúde, disseram os pesquisadores.

Pedaços de chocolate ao leite em barra - Folhapress

Entidades de consumidores e agências de teste independentes já haviam relatado anteriormente contaminação por metais pesados em produtos de cacau, como chocolate amargo, sendo as possíveis causas o tipo de solo onde o cacau é cultivado e o processamento industrial.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade George Washington e do ConsumerLab.com descobriram que 70 dos 72 produtos contendo cacau que analisaram ficaram abaixo dos limites estabelecidos pela FDA (agência que regulamenta drogas e alimentos nos Estados Unidos) para contaminação por chumbo.

No entanto, utilizando limites mais rigorosos estabelecidos pelo estado da Califórnia, 31 dos 72 excederam os limites para chumbo, enquanto 13 dos 37 excederam os limites para cádmio —utilizado principalmente como anticorrosivo em aço galvanizado.

Os pesquisadores disseram que os resultados de seu estudo mostraram que os produtos podem não representar um risco à saúde quando consumidos como porções individuais, embora porções maiores possam exceder os rigorosos limites da Califórnia estabelecidos em uma lei conhecida como Prop 65.

A porção única recomendada para chocolate é de cerca de 30 a 60 gramas.

"Se produtos contaminados como um todo forem consumidos em pequenas quantidades e raramente pela maioria das pessoas, esses contaminantes podem não representar uma preocupação de saúde pública", diz o artigo, que conclui com um apelo para mais testes de produtos de consumo.

"Por outro lado, se muitos desses produtos forem consumidos com bastante regularidade pelo consumidor médio, a exposição aditiva pode ser uma preocupação de saúde pública."

A Associação Nacional de Confeiteiros da indústria de chocolate dos EUA disse que a pesquisa confirma que "chocolate e cacau são seguros para comer e podem ser apreciados como guloseimas, como têm sido por séculos".

A pesquisa em andamento analisou 72 produtos em busca de contaminação potencial com metais pesados como chumbo, cádmio e arsênio em quatro diferentes grupos em 2014, 2016, 2019 e 2022.

"As concentrações medianas de cada metal testado foram mais baixas do que até mesmo o Prop 65 conservador", disseram eles.

"No entanto, consumir alguns dos produtos testados, ou mais de uma porção por dia em combinação com fontes não derivadas de cacau ... pode resultar em uma exposição que excederia os limites do Prop 65."

Os pesquisadores utilizaram a legislação da Califórnia porque estabelece limites de contaminação para os três tipos de metais pesados testados, enquanto a regulamentação da FDA estabelece limites apenas para o chumbo.

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