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Com academias fechadas por causa do coronavírus, ida ao supermercado vira treino

Especialistas recomendam exercícios físicos para manter equilíbrio mental no isolamento

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São Paulo

Mesmo com academias e parques fechados, além da recomendação para as pessoas ficarem em casa, manter a prática de exercícios físicos é fundamental em meio à pandemia do coronavírus. Por isso, os brasileiros estão buscando alternativas.

Enquanto alguns treinam dentro de casa, com o auxílio de videoaulas, outros aproveitam as poucas saídas, como as idas ao supermercado, para fazer caminhadas e corridas. O digital influencer Gerf Barone, 27, é adepto das duas práticas.

Acostumado a frequentar a academia seis vezes por semana, ele passou a ficar em isolamento, em sua casa, desde que a empresa onde trabalha liberou o home office. Isso não o impediu de dar sequência à prática de exercícios.

“Eu tenho evitado sair de casa, mas aproveito essas oportunidades quando tenho que ir ao mercado ou à farmácia”, diz. “Em casa, tenho feito treinos seguindo as aulas no site da academia”, acrescenta Barone, motivado pelo fato de já ter perdido 20 kg desde quando começou a fazer academia.

O casal Jéssica Martins, 29, e Guilherme Bittencourt, 32, também mantém a rotina de treinos em casa. “Eu entrei no site da academia e peguei os vídeos da aula que mais se adequam ao que eu consigo fazer, devido a um problema no joelho”, conta a comerciante. “O meu marido vai seguir o treino junto comigo. Ele está fazendo um plano de emagrecimento.”

Os amigos Gerf Barone (esq.), influenciador digital, e Caio Tutik, dançarino, caminham em frente ao parque do Piqueri, no Tatuapé, fechado por causa do coronavírus - Bruno Santos/Folhapress

Especialistas apontam que fazer exercícios físicos é fundamental para fortalecer o sistema imunológico, sobretudo diante da pandemia do coronavírus, além de trazer outros benefícios à saúde.
“Nessa situação de isolamento social, os exercícios ajudam as pessoas a se sentirem bem, evita a tristeza e o sentimento de solidão, além de fortalecer o sistema de defesa do corpo”, explica Patrícia Chakur Brum, professora de fisiologia do exercício da Escola de Educação Física e Esporte da USP.

Brum, contudo, faz uma ressalva, ao enfatizar que idosos e pessoas que tenham algum fator de risco devem se exercitar em suas residências. “Eles precisam fazer exercícios, mas seguindo a recomendação do Ministério da Saúde de ficar em casa”, afirma. Quem estiver na rua também precisa se prevenir. De acordo com Leonardo Weismann, infectologista do Hospital Emílio Ribas, o cuidado com a higiene deve ser redobrado.

“Não há problema com exercícios ao ar livre, desde que realizados sozinho ou com outras pessoas numa distância maior que um metro. Entretanto, é necessário o rigoroso controle para não tocar olhos, nariz e boca, além de higienizar as mãos ao tocar em qualquer superfície”, alerta.

Uma forma de evitar tocar em superfícies que possam estar contaminadas com o coronavírus ou outros vírus e bactérias é fazer alongamentos antes de sair de casa, assim não haveria a necessidade de buscar apoio em bancos ou postes, por exemplo.

“Ao fazer o aquecimento em casa e sempre levar a própria garrafa de água, as pessoas podem se prevenir ainda mais”, diz a infectologista Sandra de Oliveira Campos, professora de Infectologia da Unifesp.

Juliana Cassidy, 39, diz estar atenta a essas recomendações. Ela costumava fazer natação em Copacabana, mas as aulas foram interrompidas na semana passada. Para se manter ativa, tem feito caminhadas à beira da lagoa Rodrigo de Freitas.

“Como as aulas foram suspensas, acho pouco seguro nadar sozinha. Então, substitui pelas corridas na lagoa. E faço exercícios de musculação em casa”, conta a produtora de arte, que acompanha videoaulas no YouTube enquanto pratica os exercícios.

Desde a determinação para o fechamento das academias, em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, algumas redes do país passaram a oferecer aulas online para seus alunos.

“Entendo o fechamento das academias como a melhor decisão para todos, frequentadores e colaboradores. Nós entendemos que as aulas devessem ser substituídas por algo que pudesse ser feito com segurança, eficiência e variedade”, diz Luiz Carnevali, diretor técnico da rede Smart Fit.

De acordo com Carnevali, a rede passou a oferecer uma plataforma com exercícios online, chamada Treine em Casa. As aulas são gratuitas e estão disponíveis no site da rede, com orientações de treinos para condicionamento físico, emagrecimento e atividades para quem possua aparelhos como esteira ou bicicleta ergométrica.

"São exercícios que aumentam a frequência cardíaca, o que acelera o metabolismo e melhora as respostas fisiológicas para emagrecimento, condição física, condição cardiovascular. Todo o necessário para que você não fique sedentário”, explica.

Em Pernambuco, a Prefeitura do Recife também lançou um aplicativo, o Movimenta Recife, com aulas para as pessoas se exercitarem sem sair de casa. Com uma iniciativa semelhante, a cantora Anitta também tem divulgado aulas de dança em suas redes sociais.

“Nesse momento de isolamento, toda atividade física nos ajuda a manter a sanidade mental. Quando as pessoas se exercitam, elas produzem neurotransmissores que estão associados à sensação de bem-estar”, diz Antonio Herbert Lancha Jr., professor da Escola de Educação Física e Esporte da USP. “Essa sensação de bem-estar vai ajudar a lidar com essa sensação de isolamento”, finaliza.

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