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Na contramão do mundo, Brasil reverte queda da cobertura vacinal infantil; entenda

Edição da newsletter Cuide-se fala sobre retomada da imunização dos pequenos e como cenário global não é tão animador assim

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São Paulo

Esta é a edição da newsletter Cuide-se desta terça-feira (16). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se abaixo:

Desde a pandemia, países têm lutado para recuperar as taxas de vacinação infantil. O Brasil, felizmente, reverteu a queda na imunização. É sobre isso que falo na edição desta semana.

Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Imunização infantil no mundo

Em todo o mundo, 2,7 milhões de crianças continuam sem vacinação ou estão com doses em atraso, comparado ao período pré-pandemia. Os dados são do último relatório de imunização infantil do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e da OMS (Organização Mundial da Saúde).

O cálculo é feito usando a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche), que protege contra infecções bacterianas na infância. Ela é considerada um modelo para a imunização infantil, isto é, quando suas taxas estão baixas, também estão para as demais vacinas da infância.

Em 2023, 14,5 milhões de crianças não receberam nenhuma dose, contra 13,9 milhões em 2022. Há ainda um atraso na vacinação para 6,5 milhões de crianças que receberam a primeira dose, mas não foram imunizadas por completo.

Isso coloca os mais jovens em risco para o retorno de doenças como coqueluche, que já apresenta alta de casos na Europa, Estados Unidos e Brasil.

Brasil reverte queda

Mas nem tudo está perdido. O Brasil apresentou uma recuperação no último ano, revertendo a tendência de queda do período de 2019 a 2021, quando milhões ficaram sem vacina. Isso fez com que o país saísse da lista das 20 nações com mais crianças não imunizadas no mundo.

De acordo com o Ministério da Saúde, as coberturas vacinais de 13 das 16 vacinas preconizadas no calendário infantil tiveram aumento de 2022 para 2023. A recuperação foi graças à união de esforços nos três entes (federal, estadual e municipal) e planejamento para levar os imunizantes aos mais necessitados, incluindo a busca ativa, que procura crianças em atraso.

Isso tudo vem após um período sombrio da história da saúde pública, quando as coberturas vacinais de todas as doenças preveníveis na infância apresentaram quedas profundas –sarampo, que tinha cobertura acima de 95%, despencou para 74%.

A pandemia agravou ainda mais esse cenário. Pais deixaram de levar os filhos para vacinação com medo da Covid. Além disso, fomos inundados por desinformações e notícias falsas ligadas às vacinas, o que fez com que a confiança nos imunizantes sofresse um baque no país.

Felizmente, o quadro está sendo revertido. Como me disse Isabella Ballalai, pediatra e diretora da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), o brasileiro gosta de vacina.

Ele só passou a não confiar durante a pandemia, diz ela, mas o que leva à baixa vacinação são outros fatores."A falta de confiança entra como um fator além da dificuldade no acesso e da percepção do risco. Quando há uma percepção grande de risco, o brasileiro faz fila no posto de vacinação para tomar a vacina."

Dose única

A introdução da vacina contra o HPV (papilomavírus humano) de dose única também ajudou a aumentar a cobertura vacinal do imunizante em meninas, diz o relatório.

Em 2022, a taxa de vacinação mundial em meninas adolescentes era de 20%, passando para 27%, em 2023.

No Brasil, a estratégia foi anunciada em abril pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. Segundo os dados da pasta, até 2023, a cobertura vacinal nas meninas com a primeira dose contra o HPV não atingiu 76%; para a segunda ficou abaixo de 60%. Em relação aos meninos, 42% receberam a primeira dose e 27%, a segunda.

O ministério também divulgou, na última semana, a ampliação do público-alvo para o HPV no SUS, que agora inclui também usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição) para HIV de 15 a 45 anos.


Quer saber se você tomou todas as vacinas recomendadas desde a infância? A Folha listou todas aqui.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Droga em estudo reduz incontinência urinária em mulheres. Um novo medicamento apresentou resultados promissores no tratamento de incontinência urinária de esforço, uma condição que acomete principalmente mulheres e consiste em urinar ao tossir, espirrar ou fazer esforço. No ensaio clínico, 231 mulheres receberam a droga, chamada duloxetina, ou comprimidos de substância placebo (inócua). Naquelas que receberam o tratamento, a frequência de episódios de incontinência urinária reduziu em 58%, sem eventos adversos associados. A pesquisa foi publicada na última edição do periódico Journal of Urology.
  • Pesquisadores encontram marcadores no sangue para risco de glaucoma. Marcadores sanguíneos podem detectar o risco de agravamento de doença ocular que pode levar à cegueira. De acordo com a pesquisa, feita por cientistas da Universidade College de Londres, portadores de glaucoma têm níveis mais baixos de uma molécula associada à produção de energia nas células e, consequentemente, ao menor uso de oxigênio nas células sanguíneas, o que pode acelerar a perda da visão. O artigo foi publicado na revista Nature Medicine.

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