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Icesp inaugura centro de transplantes de medula com promessa de terapia CAR-T

Expectativa é que a nova estrutura amplie o número de transplantes realizados no estado de São Paulo

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São Paulo

O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) inaugurou nesta quinta-feira (5) o Centro de Transplantes de Medula Óssea, com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A expectativa é que a nova estrutura faça 100 transplantes por ano, sem a necessidade de deslocamento para outra unidade de atendimento. Segundo o governador, há mais de 400 leitos de internação à disposição para tratamento de cânceres hematológicos e mais estarão disponíveis.

"Estamos dando um novo passo no dia de hoje e em breve vamos voltar aqui ao Complexo do Hospital das Clínicas para entregar mais 264 leitos, para que as pessoas tenham mais ofertas de serviço. Nossa ideia era mobilizar a capacidade que tínhamos que estava ociosa", disse o governador durante entrevista a jornalistas, após a inauguração.

A unidade também deve passar a aplicar a terapia de CAR-T, uma modalidade de tratamento com taxa de cura de 80% de neoplasias.

Governador Tarcísio de Freitas durante coletiva de imprensa no Icesp - Luana Lisboa/Folhapress

De acordo com o professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Vanderson Rocha, ainda não há uma data estabelecida para isso, no entanto. Ele afirma ser "um objetivo e um sonho" ter o CAR-T não só para doenças hematológicas, como também para tumores sólidos.

"Hoje, o transplante de medula óssea, amanhã uma unidade de terapia celular", afirmou. Atualmente, há um estudo em curso que aplica a terapia em pacientes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

O transplante de medula óssea, tecido que ocupa o interior dos ossos e é responsável pela produção de componentes do sangue como hemáceas e plaquetas, é indicado para tratamentos de doenças que afetam as células do sangue.

Já as células CAR-T são do sistema imune (conhecidas como linfócitos T) extraídas do paciente e geneticamente modificadas para reconhecer e atacar as células tumorais. Elas são então reintroduzidas no paciente e se tornam mais eficazes em identificar o foco de câncer e atacá-lo.

O projeto de inauguração do centro foi anunciado durante o governo de Rodrigo Garcia (PSDB), em 2022, quando foram liberados R$ 7,5 milhões para a implantação da Unidade de Transplantes de Medula Óssea (TMO) no Icesp. A unidade está ligada ao Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Antes, os pacientes em tratamento no Instituto do Câncer que precisam de um transplante de medula óssea realizam o procedimento no Instituto Central do HCFMUSP.

O projeto contou com a adequação do 22º andar do instituto, uma vez que o procedimento exige uma infraestrutura personalizada. A ideia é que sejam feitos, principalmente, transplantes autólogos, quando o próprio paciente é o doador. Haverá, em menor quantidade, transplantes alogênicos, quando o doador é uma outra pessoa.

As obras também incluíram a reestruturação de 12 leitos em apartamentos individuais prioritariamente voltados para o tratamento de patologias de onco-hematologia como leucemias e linfomas. Devido às características de agressividade e rápida evolução, essas doenças geralmente se manifestam em quadros de alta gravidade, demandam internações prolongadas e alto consumo de recursos. Além do isolamento adequado, o setor conta com filtros de ar e água e assistência médica setorizada.

Presente no evento, a presidente do conselho deliberativo da USP, Eloísa Bonfa, agradeceu ao governador pelo investimento e reafirmou a importância para os pacientes. "Esses pacientes aqui são pacientes que não têm outra alternativa e esse é um tratamento caro", afirmou.

O secretário de saúde do estado, Eleuses Paiva, afirmou que, mais importante do que inaugurar novos prédios é aproveitar a capacidade máxima já existente no sistema de saúde.

O Icesp hoje funciona com capacidade plena desde janeiro de 2024, de acordo com o presidente do conselho diretor do Icesp, William Nahas, com mais de 400 leitos de internação.

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