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Descrição de chapéu Copa do Mundo Feminina

Rival do Brasil teve apoio de filha de Bob Marley

Conhecida pelo apelido de Reggae Girlz, a seleção jamaicana tem o patrocínio de Cedella Marley

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Grenoble (França)

Há mais por trás do apelido da seleção feminina de futebol da Jamaica, que faz sua estreia em Copas neste ano, do que mero gracejo.

Adversárias do Brasil, as Reggae Girlz devem em grande parte sua presença na França à “família real” do estilo musical que lhes dá nome. A maior patrocinadora da equipe é Cedella Marley, 52, uma das filhas de Bob (1945-1981).

O esporte é praticado por mulheres na ilha caribenha desde meados dos anos 1960 —não sem ser alvo de olhares masculinos de reprovação, inclusive de parte da própria federação de futebol do país.

A atacante Khadija Shaw, 22, estrela da seleção da Jamaica, em jogo contra o Panamá, em maio - Angela Weiss/AFP

A seleção precisou esperar até 1991 para disputar seu primeiro jogo. Na década seguinte, dificuldades de financiamento levaram os cartolas a dissolver a equipe, que ficou sem atuar entre 2008 e 2014.

Foi aí que entrou em cena Cedella. Ela descobriu a existência das Reggae Girlz por meio de um panfleto que seu filho trouxe da escola. Nele, outros pais de alunos chamavam a atenção para a necessidade de conseguir recursos para a equipe.

Cedella então tomou para si a tarefa de arrecadar fundos para a seleção, dentro e fora da Jamaica —além de investir dinheiro próprio. O ímpeto tinha raiz, entre outros fatores, na paixão de Bob pelo futebol.

Em 2015, as Reggae Girlz voltaram aos gramados depois de um hiato de quase uma década, mas um novo “apagão” aconteceria no ano seguinte.

Em 2018, por pressão da Fifa (e novamente com aporte do clã Marley), nasceu a encarnação atual, a tempo de disputar o torneio de classificação da Concacaf (que reúne Américas do Norte e Central) para a Copa da França.

A seleção arrancou o terceiro lugar e a vaga para o Mundial com uma vitória nos pênaltis sobre o Panamá. 

A estrela do grupo, o mais jovem entre os 24 participantes da disputa, é a atacante Khadija Shaw, 22, que marcou 19 gols no campeonato classificatório. As 14 anos, ela jogava simultaneamente nas equipes sub-15, sub-17 e sub-20 do país.

Mas nem esse fenômeno foi suficiente para fazer a federação levar o futebol feminino a sério. Na Copa, as atletas precisavam a certa altura se deslocar dos EUA, onde treinavam, para a Escócia, cenário de um amistoso. A entidade esqueceu de confirmar as reservas dos voos e precisou de última hora separar o grupo em quatro aviões, cada um com um itinerário —um deles faria escala no Marrocos.

A remuneração do time também gerou saia justa. Por causa da demora na resolução do impasse, as convocadas acabaram só assinando os contratos de trabalho relativos ao Mundial dias antes de embarcar para a Europa. Se “everything’s gonna be alright”, como cantava Marley, só os gramados franceses dirão.

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