Siga a folha

Diretor do Corinthians se desculpa após comentário sobre camisa 24

Após repercussão, Duílio Monteiro Alves classifica fala como brincadeira infeliz

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

O diretor de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, fez nesta sexta-feira (10) o que ele mesmo chamou de “brincadeira infeliz”. Ao apresentar o reforço Víctor Cantillo e ser questionado sobre o número do uniforme do volante, ele disse: “24, aqui, não”.

O atleta colombiano usava essa camisa em seu clube anterior, o Junior Barranquilla. Os dirigentes alvinegros o alertaram, porém, que o número no Brasil é associado à homossexualidade por ser correspondente ao veado no Jogo do Bicho.

“Explicaram para mim que eu não poderia usar a 24, que usei muito no Junior. Mas número não importa. Vou dar o meu melhor”, afirmou Cantillo, que terá às costas o número 8, o mesmo usado pelo compatriota Rincón, que marcou época no clube.

Cantillo e Duílio exibem uma camisa sem o número 24 às costas - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

A frase de Duílio teve repercussão negativa. E o diretor do Corinthians, clube que tem feito campanhas de inclusão e condenado a homofobia, decidiu se retratar.

“Quero me desculpar pela brincadeira infeliz e informal que fiz antes da apresentação do atleta Víctor Cantillo. O Corinthians é o time do povo, é o time das minorias, é o time de todos. E sempre usa sua marca em favor de campanhas contra qualquer tipo de preconceito”, disse o dirigente. 

“Não temos nenhum problema com o número 24. Em 2012, quando eu também era diretor de futebol, fomos campeões invictos da Libertadores, e nosso goleiro Cássio, um dos maiores ídolos de toda a nossa história, usou essa camisa”, acrescentou Duílio.

O comentário do cartola não foi original. Pela associação à homossexualidade, tabu no futebol, a camisa 24 sempre foi evitada no Brasil desde que se tornou praxe a adoção da numeração fixa nos elencos, neste século.

O 24 só não pode ser evitado em algumas competições internacionais, como a Copa Libertadores, cujo regulamento prevê que cada clube envie uma lista de 1 a 30. É comum que o 24, nesses casos, fique com o terceiro goleiro, que tem chances mínimas de ser acionado.

O terceiro goleiro do Corinthians no início da Libertadores de 2012 era Cássio. O gaúcho acabou ganhando espaço ao longo do torneio e fazendo defesas históricas –como aquela no chute do vascaíno Diego Souza– com a camisa 24. No segundo semestre, passou a usar a 12.

Enquanto ainda usava o número tabu, o atleta falou sobre o assunto na saída do gramado, em entrevista a um programa humorístico. “Você trocou a camisa com o Dida por ser fã dele ou para se livrar da camisa 24 logo?”, perguntou o repórter do CQC, da Band. “Os dois, mas isso aí já está com os dias contados, o número vai mudar já”, respondeu o goleiro.

Hoje, ninguém no elenco alvinegro usa o número 24. Alguém terá de adotar a camisa, no entanto, quando o clube enviar sua lista de inscritos na Copa Libertadores.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas