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Descrição de chapéu Tóquio 2020

Conheça os esportes das Paralimpíadas em que o Brasil tem mais sucesso

Atletismo, natação, futebol, judô, tênis de mesa e bocha possuem divisões e regras adaptadas

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São Paulo

Presente no grupo das dez principais potências paralímpicas desde os Jogos de Pequim-2008, o Brasil já conquistou 301 medalhas na história do evento.

Do total de pódios do país, 81% foram obtidos no atletismo (142) e na natação (102). Judô (22), bocha (9) e tênis de mesa (5) vêm na sequência no ranking brasileiro dos esportes mais vitoriosos do programa paralímpico.

Nas Paralimpíadas de Tóquio-2020, que começam nesta terça-feira (24), novamente o país terá como carro-chefe os desempenhos nesses esportes mais tradicionais, além do futebol de 5. Na versão adaptada para pessoas com deficiência visual, a seleção brasileira masculina (não há disputa feminina) é dominante: tetracampeã em quatro edições do torneio realizadas desde Atenas-2004.

Saiba mais sobre o funcionamento desses esportes, a partir de informações fornecidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

Raissa Rocha Machado, que compete na classe F56 do lançamento de dardo, treina em Hamamatsu para as Paralimpíadas - Ale Cabral - 13.ago.21/CPB

Atletismo

Disputado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual. Há provas de corrida, salto, lançamento e arremesso. A presença de atletas-guia e de apoio é obrigatória na classe T11 (para cegos), opcional na T12 (baixa visão) e vetada na T13. Nas provas de 5.000 m, 10.000 m e na maratona é permitido que até dois guias se revezem.

A letra T no nome da classe se refere às provas de pista (track) e maratona, e a letra F, às provas de campo (field).

Divisão das categorias:

T11 a T13 e F11 a F13 - deficiências visuais

T20 e F20 - deficiências intelectuais

T31 a T38 e F31 a F38 - paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes, 35 a 38 para andantes)

T40, T41, F40 e F41 - baixa estatura

T42 a T44 - deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese

F42 a F44 - deficiência nos membros inferiores

T45 a T47 e F45 a F46 - deficiência nos membros superiores

T51 a T54 e F51 a F57 - competem em cadeiras de rodas

T61 a T64 e F61 a F64 - amputados de membros inferiores com prótese

RR1 a RR3 - deficiência grave de coordenação motora competindo na petra (corrida com apoio em uma espécie de triciclo sem pedais)

  • Dias de disputa em Tóquio: 26 de agosto a 4 de setembro, com duas sessões diárias, a partir das 21h30 e das 7h (de Brasília)
Os nadadores Gabriel Cristiano e Douglas Matera durante treino em Hamamatsu para os Jogos de Tóquio - Ale Cabral - 14.ago.21/CPB

Natação

Disputada por atletas com deficiência física, visual ou intelectual, nos nados livre, costas, peito, borboleta e medley (os quatro estilos).

Os atletas são submetidos a avaliações de força, mobilidade e oftalmológicas para determinar sua classe a partir do tipo de deficiência e do grau de comprometimento motor.

Aqueles com menor grau de funcionalidade física podem realizar a partida de dentro da água, em vez de saltar do bloco, e/ou ter auxílio de uma pessoa para o equilíbrio.

Nadadores com deficiência visual contam com a colaboração do tapper, que sinaliza a proximidade das bordas para indicar a virada ou chegada. A piscina segue o padrão olímpico.

As classes tem a letra S (swimming) para os nados livre, costas e borboleta, SB (peito) e SM (medley). Os números indicam a funcionalidade. Quanto maior o comprometimento, menor o número.

1 a 10 - comprometimento físico-motor

11 a 13 - deficiência visual

14 - deficiência intelectual

  • Dias de disputa em Tóquio: 24 de agosto a 3 de setembro, com duas sessões diárias, a partir das 21h (eliminatórias) e das 5h (finais)
Treino da seleção de futebol de 5 em Hamamatsu, na preparação para os Jogos de Tóquio - Matsui Mikihito - 14.ago.21/CPB

Futebol de 5

Disputado por atletas cegos, que usam vendas nos olhos. A exceção é o goleiro, que tem visão total e não pode ter participado de competições da Fifa nos últimos cinco anos.

O campo, geralmente de grama sintética, mede 20 m x 40 m (padrões do futsal) e conta com barreiras laterais para impedir que a bola saia de jogo. Cada time é formado por cinco atletas (quatro na linha e o goleiro). A partida tem dois tempos de 20 minutos, com intervalo de 10 minutos.

A bola possui guizos internos para que os jogadores a localizem, e o jogo precisa ser disputado em silêncio na maior parte do tempo, num local sem eco. A torcida (que não estará presente em Tóquio) só pode se manifestar na hora dos gols. O goleiro, o técnico e um guia (chamador) que fica atrás do gol adversário passam orientações de posição e direcionamento.

Nas quatro finais paralímpicas que disputou, a seleção brasileira venceu Argentina, China, Irã e França.

  • Dias de disputa em Tóquio: primeira fase com jogos nas noites dos dias 28, 29 e 30 de agosto (segunda partida da sessão que começa às 21h); semifinais às 4h30 ou 7h30 do dia 2 de setembro e final às 5h30 do dia 4
As judocas Meg Emmerich e Karla Cardoso treinam Hamamatsu na preparação para os Jogos de Tóquio - Ale Cabral - 13.ago.21/CPB

Judô

Disputado por atletas com deficiência visual. As lutas têm até cinco minutos de duração e são semelhantes às da modalidade convencional. A principal adaptação é que os judocas começam o combate já em contato com o quimono do adversário, e a disputa é interrompida quando esse contato se perde.

Os atletas são classificados de acordo com o grau de deficiência visual, mas nos Jogos Paralímpicos as categorias são definidas apenas por gênero e peso.

  • Dias de disputa em Tóquio: 26 a 29 de agosto, com duas sessões diárias, a partir das 22h30 (eliminatórias) e 4h (disputa de medalhas)
Atletas da bocha, considerada um dos esportes das mais inclusivos do movimento paralímpico, treinam em Hamamatsu - Matsui Mikihito - 12.ago.21/CPB

Bocha

Disputada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, sempre em cadeiras de rodas. Fora do programa olímpico, é vista como um dos esportes mais inclusivos do movimento paralímpico e tem todas as suas disputas mistas em gênero, seja no individual, em duplas e por equipes.

O objetivo é lançar bolas coloridas o mais perto de uma branca. É permitido fazer os lançamentos com as mãos, pés e instrumentos de auxílio. Aqueles com mais comprometimento têm a ajuda de “calheiros”, que posicionam uma calha à frente do competidor para dar propulsão à bola.

Há quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e a necessidade ou não de auxílio.

BC1 - opção de auxílio de ajudantes, que podem estabilizar ou ajustar a cadeira
do jogador e entregar a bola

BC2 - não podem receber assistência

BC3 - para deficiências muito severas, em que atletas usam instrumento auxiliar e podem ser ajudados por outra pessoa

BC4 - outras deficiências severas, mas que não recebem assistência

  • Dias de disputa em Tóquio: 27 de agosto a 4 de setembro, com duas sessões diárias, uma a partir das 21h30 e outra com início na madrugada, em horários variáveis
Bruna Alexandre (à esq.) e Jennyfer Parinos treinam com a seleção brasileira de tênis de mesa em Hamamatsu, na preparação para os Jogos de Tóquio - Fabio Chey - 14.ago.21/CPB

Tênis de mesa

Disputado por atletas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes.

As partidas são jogadas em melhor de cinco sets, cada um até 11 pontos, e as regras são praticamente as mesmas da modalidade convencional. Há disputas individuais e por equipes.

Existem 11 classes, dez para deficiência física (divididas entre cadeirantes e andantes) e uma para deficiência intelectual. A divisão leva em consideração alcance de movimentos, força muscular, restrições locomotoras, equilíbrio e habilidade de segurar a raquete. Quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento motor.

  • Dias de disputa em Tóquio: 24 de agosto a 3 de setembro, com duas sessões diárias, uma com início à noite e outra na madrugada, em horários variáveis

Os outros esportes das Paralimpíadas de Tóquio

O programa dos Jogos atualmente tem 22 esportes, e o Brasil participará de 20 —basquete e rúgbi em cadeira de rodas são as exceções.

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