Siga a folha

Jogadores vão se reunir com Romário após protestos sobre Lei Geral do Esporte

Rodada do último final de semana foi palco de manifestação dos atletas em campo

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília e São Paulo

Jogadores de futebol vão se reunir com a equipe do senador Romário (PL-RJ), nesta terça-feira (12), para discutir a Lei Geral do Esporte.

Durante o final de semana, algumas partidas foram palco de protestos dos atletas que passaram o primeiro minuto de jogo parados, com a mão na boca. Eles reclamam que a proposta, a maior alteração legislativa do esporte brasileiro desde a criação da Lei Pelé, tem pontos que os prejudicam.

O projeto, que partiu do Senado, foi aprovado na Câmara na última quarta-feira (6). Como seu texto sofreu alterações, voltará a ser apreciado pelos senadores, o que poderá acontecer nesta semana.

Por isso, uma entidade chamada União dos Atletas de Futebol das Séries ABCD marcou uma reunião com a equipe do senador e ex-jogador Romário, hoje pré-candidato à reeleição no Rio de Janeiro.

Senador Romário durante reunião na Comissão de Assuntos Sociais - Edilson Rodrigues - 20.fev.19/Ag. Senado

O encontro será virtual e deverá acontecer por volta da hora do almoço. Além das críticas ao texto, os esportistas pedem que o ex-atacante seja relator do projeto —o que na prática lhe renderia mais poder de decisão sobre novas modificações.

As possibilidades de alteração no texto, no entanto, são limitadas. O Senado pode, agora, apenas desfazer alterações que tenham ocorrido na Câmara, mas não pode propor novas regras, por exemplo.

A Lei Geral do Esporte consolida a Lei Pelé e diversas outras legislações esportivas em um único texto.

Após a aprovação do texto na Câmara, alguns jogadores de futebol, como Diego Ribas e Lucas Leiva, posicionaram-se nas redes dizendo que o texto traz avanços, mas tem problemas, replicando conteúdo criado pela União dos Atletas.

"Devemos ser ouvidos para que um equilíbrio seja encontrado", afirmou o jogador do Flamengo.

A entidade reclama que algumas alterações na lei —sobretudo as novas regras para demissões—, prejudicam os jogadores, que por sua vez não teriam sido ouvidos.

Relator do projeto na Câmara, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), diz que há, no caso dos jogadores de futebol, um vácuo de representatividade.

Afirma, ainda, que se reuniu, por exemplo, com a FAAP (Federação das Associações dos Atletas Profissionais), além de ter tido encontros com o Conselho de Atletas do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e com a Atletas Pelo Brasil, entidade que representa esportistas olímpicos.

Em nota, a União dos Atletas de Futebol das Séries ABCD reclama que o novo projeto aumenta de 40% para 50% a fatia da remuneração que eles podem receber como direito de imagem. Há, ainda, insatisfação com a definição da jornada noturna a partir das 23h59 em vez das 22h, como é atualmente.

Mas o principal ponto de tensão são as mudanças feitas para as regras de rescisão contratual e demissão.

Pela lei atual, o valor mínimo de multa rescisória é igual a 100% do que resta a ser pago até o fim do contrato e deve ser quitado à vista. O novo projeto estabelece que esse montante possa ser parcelado e que seja de, no mínimo, 50%, uma reivindicação dos clubes.

Carreiras lembra que, durante o debate do projeto e por pedido dos atletas, foi incluído um dispositivo que determina que, para contratos menores do que 12 meses, a multa por demissão se mantenha em 100%.

"O que os clubes pedem na parte da rescisão eu acho justo, porque não exime a possibilidade de ter uma multa de 500%, basta estar no contrato, mas possibilita ao clube ter uma multa de 50%", diz o deputado.

A proposta define também que, caso um jogador assine com outro clube antes de receber todo o valor a que teria direito de sua ex-equipe, o empregador anterior fique isento de pagar o restante do salário caso o novo ordenado do atleta seja superior ao que ele recebia antes —e, sendo menor, o clube anterior pagaria somente a diferença.

"Nós colocamos, para contratos de até um ano, a multa de 100%, para preservar os jogadores com contratos mais curtos. Agora, se você tem um contrato de cinco anos, o jogador não rende, a torcida não quer e o contrato é rescindido? Aí o clube paga os cinco anos e o jogador ainda vai receber salário de outro clube que o contratar?", questiona o deputado.

Agora de volta ao Senado, o texto pode ser votado já nesta semana, mas o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ainda não divulgou oficialmente a agenda de pautas que devem ser debatidas nos próximos dias.

Relatora da matéria antes de o texto ir para a Câmara, a senadora Leila Barros (PDT-DF) afirmou que, caso retome essa posição durante a nova rodada de debates sobre o texto, ouvirá todas as partes impactadas.

"[Inicialmente], eu me reuni com dezenas de entidades representativas do mundo esportivo, inclusive dos jogadores de futebol. Recebemos centenas de sugestões, dentre as quais acatei a maioria, e fiz modificações que foram sugeridas por diversos parlamentares", afirmou ela.​

Apesar do ruído envolvendo o futebol, a Lei Geral do Esporte trata de diversos outros temas do esporte em geral.

O projeto prevê, por exemplo, aumento da pena para casos de racismo no ambiente esportivo, paridade entre premiações para homens e mulheres, punição a cartolas corruptos e amparo para que atletas expressem suas opiniões pessoais.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas