Jogadoras da liga espanhola feminina anunciam greve por equiparação salarial
Primeiro-ministro espanhol afirma que jogadoras deram uma lição ao mundo
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Após conquistar a Copa do Mundo, o futebol feminino espanhol enfrenta um momento conturbado, marcado pelas manifestações em defesa da jogadora Jenni Hermoso e a cobrança por igualdade de gênero no esporte. A Associação de Futebolistas Espanhóis anunciou uma greve durante as primeiras rodadas da Liga Feminina.
A paralisação vai acontecer por causa da falta de acordo com a Liga por melhores condições salariais para as atletas. Elas pedem a redução da disparidade de salários entre jogadores das modalidades masculina e feminina.
A greve deve acontecer nas duas primeiras rodadas do campeonato, que seriam disputadas entre os dias 8 e 10 de setembro e de 15 a 17 do mesmo mês. Entre as principais jogadoras estão Alexia Putellas, atual campeã e eleita a melhor jogadora do mundo, Aitana Bonmatí, craque da Copa, Lucy Bronze e as brasileiras Kathellen, Ludmila e Gabi Nunes.
O racha entre as atletas da seleção e a comissão técnica de Jorge Vilda também compõe a crise na modalidade.
Nossas jogadoras deram uma lição ao mundo, afirma primeiro-ministro
Neste sábado (2), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que as jogadoras deram uma lição ao mundo com sua atitude após o beijo forçado de Luis Rubiales em Jenni Hermoso e a recusa do presidente da Federação Espanhola em renunciar. A informação é da agência AFP.
"Nossas jogadoras ganharam duas vezes: uma no campo e outra dando uma lição ao mundo, de igualdade entre homens e mulheres", afirmou Sánchez durante um discurso em Málaga.
Ele elogiou a decisão das 23 campeãs do mundo de não voltarem a vestir a camisa da seleção se não houver mudanças na direção da Real Federação Espanhola de Futebol.
Após a final da Copa do Mundo feminina, o presidente da Federação Espanhola beijou Jenni Hermoso a força, durante a cerimônia de entrega das medalhas. O ato provocou surpresa e indignação internacional.
"A Espanha é um país feminista", afirmou Sánchez. Ele citou "mulheres que decidiram não voltar a se submeter, nunca mais", em alusão ao lema gritado nas manifestações de apoio a Jenni.
Questionado se a postura de Rubiales teria causado danos à imagem da Espanha no exterior, o chefe de Governo respondeu que não.
"Eu acredito que a marca Espanha é a reação exemplar das jogadoras da seleção espanhola de futebol e a reação espetacular da sociedade espanhola, que disse junto com elas 'acabou'. Esse 'acabou' é com todas as consequências, inclusive para os dirigentes".
Algumas horas depois de seu discurso em uma assembleia da RFEF, na qual Luis Rubiales afirmou que não renunciaria e disse que o beijo havia sido consentido, as 23 campeãs do mundo, ao lado de dezenas de jogadoras, divulgaram um comunicado em que informaram que se recusariam a voltar à seleção sem mudanças na direção da entidade.
A Fifa, que abriu um processo disciplinar contra Rubiales, suspendeu o dirigente por três meses um dia após à assembleia. Na Espanha, o Tribunal Administrativo do Esporte também abriu um processo contra ele.
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