Place de la Concorde, a casa dos radicais
É lá que acontecerão as competições de skate, ciclismo BMX, basquete 3x3 e a novidade dos Jogos, o breaking
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Durante a Revolução Francesa, foi na place de la Concorde que os condenados pelos revolucionários literalmente perderam a cabeça, na guilhotina, incluindo nomes como Maria Antonieta.
Nos Jogos de 2024, a grande praça de concreto será a casa dos radicais —nem tanto quanto na revolução. Rebatizado de Parque Urbano Concorde no período olímpico, é lá que acontecerão as competições de skate, ciclismo BMX, basquete 3x3 e a novidade dos Jogos, o breaking.
Mas é no esporte que foi estreante em Tóquio, o skate, que o Brasil deposita esperanças de pódio, com homens e mulheres, principalmente Rayssa Leal, que aos 16 anos já pode ganhar a sua segunda medalha olímpica com o skate street —foi prata em 2021. Pedro Barros, segundo colocado no skate Park em Tóquio, também estará em Paris.
Uma arena móvel para 30 mil pessoas, o Parque Urbano foi construído em volta da grande praça de concreto de La Concorde, com seu obelisco de 22 metros no centro. O espaço liga o jardim de Tuileries à avenida Champs-Elysées, uma das mais famosas do mundo, com suas lojas de grife, cafés e o Arco do Triunfo ao fundo.
Aliás, bem ao lado do Parque Urbano, no comecinho da Champs-Elysées, foi inaugurada a maior loja oficial de Paris-2024, uma megastore com cerca de 1.000 m² e recheada de camisetas, agasalhos, pôsteres, mascotes de pelúcia, pins e outras quinquilharias.
Por causa das construções olímpicas na praça, o tradicional desfile militar de 14 de julho, o Dia da Bastilha (o 7 de Setembro francês), trocou a Champs-Elysées por outra avenida que também acaba na rotatória do Arco.
Alguns políticos defendem que toda a área da place de la Concorde seja transformada num parque mais verde depois dos Jogos. Para eles, a redução de veículos nas cercanias, provocada pela Olimpíada, foi bem-sucedida e não afetou o trânsito.
Já o charmoso jardim de Tuileries ganhou algumas grades e teve seu espaço reduzido por conta das atividades olímpicas. Mas ainda é possível fazer uma gostosa caminhada em seus corredores de areia, como o personagem de Daniel Day-Lewis, com o filho, na parte final de "A Época da Inocência" (1993), de Martin Scorsese. Só não dá para ver o lugar vazio, como Tom Cruise, em um de seus encontros fortuitos de "Missão Impossível: Efeito Fallout", que usa Paris como um dos cenários.
Durante os Jogos, o jardim traz uma exposição a céu aberto e gratuita, com fotos em preto e branco ampliadas do evento de 1924 (a segunda Olimpíada na capital francesa, depois de 1900), incluindo cliques da cerimônia de abertura, das instalações olímpicas e de alguns atletas que se destacaram na competição.
Entre eles, o corredor finlandês Paavo Nurmi, vencedor de cinco medalhas de ouro naquele ano; e o nadador americano Johnny Weissmuller, com três ouros —e que mais tarde ficaria famoso como Tarzan, em Hollywood.
É também no Tuileries, bem pertinho do parque urbano, que fica o museu de l’Orangerie. Com obras de Matisse, Renoir, Cézanne e Picasso, o espaço dedica também paredes inteiras para as famosas "ninfeias", de Monet. Para contemplar sem radicalismo.
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