França impede atleta muçulmana de usar véu na cerimônia de abertura das Olimpíadas

Atleta francesa vai poder participar do desfile, porém usando um boné, para prender um pedaço de pano e assim cobrir os cabelos

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Paris

A França impediu uma atleta muçulmana de usar na cabeça o véu islâmico no desfile fluvial da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, marcada para esta sexta-feira (26). Sounkamba Sylla, 26, corredora dos 400 metros rasos, chegou a um acordo com os dirigentes e vai poder participar do desfile, porém usando um boné, para prender um pedaço de pano e assim cobrir os cabelos.

Inicialmente, Sylla tinha sido barrada da cerimônia de abertura.

"Você é selecionada para os Jogos Olímpicos, organizados no seu país, mas não pode participar da cerimônia de abertura por usar um lenço na cabeça. O país da liberdade", ironizou a atleta nas redes sociais.

Quatro atletas femininas estão posando juntas em um ambiente de competição. Elas vestem uniformes de atletismo da França, com a bandeira francesa visível. O fundo mostra uma pista de atletismo e uma multidão. As atletas estão sorrindo e parecem estar se preparando para uma corrida.
Francesas Sounkamba Sylla (à esq.) ao lado de Camille Seri, Louise Maraval e Amandine Brossier - Sarah Meyssonnier - 26.ago.23/Reuters

A proibição de "símbolos religiosos ostensivos" nas delegações esportivas francesas foi uma decisão da ministra francesa dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Amélie Oudéa-Castéra, em nome da neutralidade e do Estado laico.

Pelo mesmo motivo, Sylla disputou o Campeonato Europeu de atletismo, em Roma (Itália), no mês passado, usando um boné. Caso tivesse competido de véu, o ministério poderia ter pedido à federação francesa que a excluísse da delegação.

Nos últimos anos, a ultradireita ganhou eleitorado na França, pregando a expulsão de imigrantes, sobretudo os muçulmanos. Nas eleições legislativas do último dia 7, os partidos de ultradireita ganharam cerca de um quarto das cadeiras no parlamento.

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