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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 atletismo

Rebolado da marcha atlética é movimento natural do corpo, dizem ex-atletas

Prata de Bonfim vai dar impulso à modalidade, acredita Ademar José Kammler, que competiu em Barcelona-1992

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São Paulo

Para muitos, a marcha atlética pode causa estranheza pelo rebolado de quem a pratica, mas, segundo ex-atletas olímpicos, isso é oriundo de um movimento básico do ser humano: a caminhada.

Ajustes e regras da modalidade, que exige velocidade, acentuam o movimento do quadril. Caio Bonfim conquistou medalha de prata na competição nestas Olimpíadas Paris-2024, feito inédito na história do atletismo brasileiro.

Em fotos com efeito de múltipla exposição, o atleta Caio Bonfim, de Marcha Atlética, esporte em que o atleta não pode tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo, posa para fotos em uma pista de atletismo em Sobradinho, na sequência, o atleta mostra esta característica da modalidade - Folhapress

"A mulher, quando caminha, ela rebola. O homem, quando caminha, rebola do mesmo jeito." É o que Ademar José Kammler, ex-atleta olímpico, costuma dizer brincando. Ele participou dos Jogos de Barcelona-1992. Para ele, as piadas sobre a prática são fruto de falta de conhecimento.

Cláudio Luiz Bertolino, ex-atleta olímpico que ficou na 49ª colocação na marcha atlética nos Jogos de Atlanta-1996, afirma que o preconceito era mais evidente, mas agora vê isso como um problema de quem vê de fora, não dos atletas. "Para mim, esse assunto faz parte do passado já", diz ele.

Com os movimentos rotacionais do quadril, o atleta pode chegar a uma velocidade de até 15 km/h. Para isso, ele deve manter contato ininterrupto com o solo, sempre com duplo apoio. Os dois pés são apoiados e logo o segundo é retirado do chão, dando impulso no movimento.

Outra regra diz que, quando o atleta tocar o calcanhar no chão, o joelho deve estar estendido. Além do quadril que dá força, os braços e os ombros também ajudam no desempenho.

O descumprimento das normas acarreta em advertência ao atleta, que pode receber no máximo três.

O esporte foi integrado às Olimpíadas em 1900 e, em 1992, passou a ser disputado também na categoria feminina. Ainda que tenha histórico nos Jogos, Kammler afirma que a marcha atlética é relativamente nova no Brasil, tendo se destacado entre os anos 1980 e 1990.

A primeira participação do Brasil foi em 1988 com Marcelo Palma —que ganhou bronze nos Jogos Pan-Americanos em 1991. Palma também esteve presente em Barcelona-1992, com Kammler e Sérgio Galdino. Foi ali que o Brasil começou a aparecer na marcha e a ter mais atletas na categoria.

Bertolino aponta que eram competidores de alto nível, bem qualificados. "Nunca mais o Brasil teve uma safra desse jeito. Vivemos sempre com poucos atletas", diz.

Pesquisador da modalidade na UEL (Universidade Estadual de Londrina), ele acredita que o esporte ainda não se massificou no país.

Para Kammler, a macha começa a ficar mais em evidência agora, com Bonfim, e Erica Sena, que, em Paris, terminou na 13ª posição. "Eu acredito que, com essa medalha [de Bonfim], vai dar um impulso bem maior [ao esporte]."

Ele espera que o efeito seja o mesmo que conseguiu Rayssa Leal em Tóquio-2020, com sua medalha de prata no skate feminino. "Espero que com a marcha aconteça a mesma coisa, que é ter alguém com um destaque muito maior e que torne a modalidade ainda mais popular no país."

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