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Como fazer amigos sem gostar de futebol?

Hobbies como outros esportes, desenho e teatro podem ajudar fazer amizade naturalmente

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São Paulo (SP)

Algumas crianças fazem amizades mais facilmente enquanto outras são mais tímidas. Mas uma coisa é certa: ter gostos e hobbies em comum facilita muito na hora de se aproximar de alguém.

Mas o que ocorre quando todo mundo ao redor gosta de futebol ou mesmo de jogar videogame, e a gente não? Será que dá para fazer novos amigos tendo gostos diferentes?

Ser feliz praticando um esporte é parte mais importante - Silvis

Tanto Rafael N. A. quanto Theo C. M. G, ambos de 11 anos de idade, fizeram aula de futebol quando eram mais novos. Como acontece em muitos lugares do Brasil, vários dos amigos deles gostavam e praticavam o esporte. Mas com os dois meninos não era a mesma coisa. Eles contam que se sentiam cansados e desanimados depois de jogar.

Por isso, os dois meninos foram atrás de outros hobbies.

Rafael encontrou diversão no teatro. Ele conta que teve o estalo depois de assistir o musical "O Rei Leão". Quando terminou, eu falei ‘mãe, esse é o meu lugar’", afirma. Foi então que, aos 6 anos de idade, começou a fazer aulas na escola Mutatis de teatro, em São Paulo. Desde então, já participou de diversas peças no lugar em que estuda.

Theo também fugiu do futebol quando tinha uma idade próxima à de Rafael. Aos 7 anos ele começou a treinar voleibol na Escola de Vôlei Bernardinho, no Rio de Janeiro. Além de ter feito diversos amigos por meio dessa outra modalidade esportiva, também se aventurou em outros estilos de vôlei, como o de praia.

Os casos dos dois garotos mostram que há diversas atividades possíveis nas quais se pode fazer novas amizades para quem não gosta de futebol. Se você não sabe por onde começar, uma dica é prestar atenção a diferentes esportes.

Além das modalidades mais populares há opções para quem quer se manter ativo. Algumas, como natação e corrida, servem mais a quem gosta de atividades solitárias. Basquete e handebol e até rúgbi são ideias para trabalhar o espírito de equipe.

Se a ideia é trabalhar disciplina e autocontrole, artes marciais são uma boa pedida. Dança também é para quem gosta de se movimentar e tem muita energia, mas não necessariamente gosta de esportes —e há vários estilos, ideais para cada tipo de pessoa, do balé clássico ao hip-hop.

Nem tudo precisa ser atividade física. Quem gosta de criatividade pode tentar o teatro que, além de ser bom para diminuir a timidez, ajuda na expressão. Já o desenho são ideais para coordenação motora

Em qualquer caso, quando falamos de hobbies e esportes, é importante que haja diálogo entre pais e filhos para que as vontades de todas sejam comunicadas e respeitadas.

Theo, o jogador de vôlei, acha que muitas vezes as crianças não conseguem fazer o que gostam porque os pais as pressionam a começar e continuar certas atividades e que isso as impede de desenvolver o seu verdadeiro talento.

"O que importa não é que você seja brilhante no futebol, no basquete ou em qualquer outro esporte. O que importa é você gostar e ser feliz fazendo aquilo", diz Theo. "Não adianta fazer algo que não gosta e ser infeliz", opina Rafael, que se encontrou nos palcos.

Rafael N. A se encontrou no teatro - Arquivo pessoal

Ter um hobby pode ajudar a encontrar amigos com gostos parecidos, mas isso não significa que só seja possível fazer amizade com quem tem o mesmo interesse que a gente.

Afinal, é quando somos crianças que percebemos que há diferenças entre as pessoas e que nem todo mundo precisa pensar igual à gente. É o que diz Cristiane Tavares, coordenadora pedagógica da Roda Educativa, que ajuda professores de escolas públicas. "A infância é um momento para ser mais sensível aos diferentes modos de ser", afirma.

Quando a gente pensa que só pode fazer amigos com quem é parecido, acabamos desperdiçando chances de conhecer outros universos. Os garotos Theo e Rafael podem ter encontrado atividades que são bem a cara deles, mas eles não deixam de cultivar amizade com crianças que têm outros interesses.

"Chato é ser idêntico, repetitivo, sempre o mesmo", diz Cristiane Tavares. Para ela, a chave para uma boa amizade é não se pressionar para se tornar amigo de alguém.

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