Maiores gatos do mundo, maine coon são 'gigantes' dóceis de até 1,20 m

Raça de pelos longos e tufos nas orelhas tem filhotes que nascem maiores que os outros e crescem até os cinco anos

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São Paulo

Existem muitos animais maiores que os seres humanos, mas raramente eles são do tipo que se pode ter dentro de casa, em um apartamento na cidade grande. Há uma exceção, no entanto, de um mamífero que, em sua fase adulta, chega a ter o mesmo tamanho que uma criança de 5 anos: muito prazer, ele é o maine coon.

Vicente e sua mãe Isabella observam o rei da casa, o maine coon Waffles, dentro de sua toquinha de papelão - Rubens Cavallari/Folhapress

Imagine um gatão peludão, tranquilão, comilão e muitos outros "ão". São assim os indivíduos desta raça, da qual se tem notícia desde o final do século 19, e que é considerada a maior raça felina em comprimento no mundo. Os machos têm em média 1,10 metros, e as fêmeas, apenas 10 centímetros a menos.

O maior maine coon já registrado foi Swetie, um gatão de Nevada, nos Estados Unidos, que em 2012 tinha 1,23 metros de comprimento, segundo conta Reinaldo Tadeu Ibelli, do gatil Ashlynx Maine Coon, especializado na raça. "Ele viveu com sua família até 2016, quando subiu aos céus e virou um anjinho", diz Tadeu, que cria os maine coon desde 2010.

A origem dos gatões não é exata e há muitas histórias envolvendo seu surgimento. Eder Paulo Viscardi, do gatil Monte Olimpo, também especialista na raça, lembra que, em um desses mitos, um capitão teria vindo da Noruega com muitos gatos grandes da raça norwegian forest em seu navio, para que eles caçassem os ratos que surgissem.

"Ele chegou no estado de Maine, nos Estados Unidos. Quando seu navio atracou, os gatos fugiram. Eles acabaram namorando gatos domésticos que viviam ali, e deram origem a filhotes bem peludos e resistentes ao frio", conta.

De qualquer forma, o maine coon mais antigo que se conhece é Leo, que vivia com seu tutor F. R. Pierce, também nos Estados Unidos, nos anos 1800. Ele foi um gatão tão importante que venceu vários concursos: Leo foi o "Melhor Gato de Nova York" em 1895, e depois o "Melhor Gato de Boston" por três anos consecutivos. Um bom gatão.

Eu dei esse nome porque eu comia muito waffles. Comia, não, eu como!

Vicente, 10 anos

tutor do maine coon Waffles, que tem cor de waffle

O brasileiro Waffles não tem um diploma tipo o de Leo, mas ele tem talvez um título até mais importante. Ele é doador de sangue —sim, os gatinhos, assim como as pessoas, às vezes precisam de transfusão, que é quando outro indivíduo doa parte do seu sangue para ajudar alguém doente ou que passou por uma cirurgia.

Cor de creme, como a guloseima que lhe dá nome, Waffles é um maine coon que mora na zona oeste de São Paulo com sua amiga sem raça definida Mel, e com seus humanos Vicente, 10 anos, Samuel e Isabella. O gatão chegou à casa da sua família por meio do veterinário que atendia Mel e um filhotinho que ela teve, que ficou doente e acabou morrendo.

"Minha mãe estava muito triste com a perda, então a gente ganhou o Waffles. E eu dei esse nome porque eu comia muito waffles. Comia, não, eu como!", se diverte Vicente. Ele ajuda nos cuidados do gatão, que precisa, por exemplo, ser escovado com frequência, para não ficar com nós nos pelos. Mas quem disse que o Waffles deixa?

"Minha mãe falou pra eu falar que ele é meio arredio. Eu não sei o que é isso. Mas ele é difícil pra poder escovar os pelos, ele não gosta muito, né? Aí acaba ela indo lá escovar", conta Vicente.

Recentemente, Isabella precisou viajar por 40 dias. Com isso, a rotina de beleza de Waffles ficou prejudicada, e o pelo acabou embolado. "Falo que deu dread nele. Depois disso, eu o tosei pela primeira vez. Agora, na segunda vez em que o tosamos foi por causa do calor, que estava demais. Eu fiquei com dó dele, porque ele vivia debaixo do ventilador", conta a tutora.

Os pelos longos são uma característica "desejável" do maine coon, assim como os tufinhos de pelos em suas orelhas, de acordo com o que explica o criador Reinaldo Tadeu. "São tufos semelhantes aos de um lince, e também há tufos que se estendem de dentro para fora. Mas há gatos que não tem tufos. Depende da origem e da linhagem deles", diz.

A cor de Waffles é uma entre as mais de 50 variações que um maine coon pode ter, desde o mais puro preto até o branco —a mais rara delas é a chamada black silver shaded, um tipo de branco acinzentado.

Os filhotes de maine coon costumam nascer maiores que os dos gatos de outras raças. "Uma curiosidade é que eles crescem até os 5 anos de idade, enquanto outros gatos levam cerca de 1 ano para atingir seu tamanho máximo", explica o criador. Os machos costumam pesar entre 8 e 12 kg, e as fêmeas, de 6 a 8 kg.

Waffles pesa 8 kg. Às vezes, resolve andar por cima de seus humanos enquanto eles dormem. "Ele é um querido, mas também é um bruto", brinca Isabella. "Já peguei meu marido de lado e o Waffles deitado em cima dele, dormindo. E se ele tiver que passar em um lugar e você estiver no meio do caminho, ele não quer saber: ele pisa em você e vai embora."

A tutora diz que Waffles é extremamente dócil e aceita carinho (diferente de sua amiga Mel). O criador Reinaldo Tadeu, que tem atualmente 14 maine coon, diz que esse comportamento é típico da raça, que costuma ser companheira e amigável, quase como são os cachorros.

"Outra curiosidade é o miado deles. As cordas vocais dos maine coon são superpotentes. E, como eles são muito comunicativos e gostam 'de conversar', emitem um som forte que às vezes se parece com um grilo. É surpreendente", diz.

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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