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Filme da Mongólia sobre ovo de dinossauro conquista crítica em Berlim

Por meio do exotismo, diretor seduz olhar ocidental interessado em abordagens antropológicas

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Berlim

Um filme da Mongólia, lotado de cenas pastorais rodadas na vastidão das estepes, tem se provado o favorito da crítica entre os longas que competem pelo Urso de Ouro no Festival de Berlim. “Öndög”, que pode ser traduzido para o português como ovo, é uma divagação sobre vida e morte do diretor chinês Wang Quan’an e recebeu a nota mais alta até agora do júri promovido pela revista Screen.
 
Durante as principais mostras de cinema, a publicação convida jornalistas do mundo inteiro para darem nota aos longas das competições. Entre os exibidos até o momento, a produção asiática larga na frente, superando o francês François Ozon (“Grâce à Dieu”), por exemplo.

Cena do filme 'Öndög', de Quan'an Wang, em competição no Festival de Berlim 2019 - Divulgação

Mas de que trata “Öndög”, afinal? A história irrompe assim que o corpo nu de uma mulher é encontrado no meio de uma pradaria por onde só transitam cavalos selvagens e lobos. O mais incauto dos policiais é coagido por seus chefes a vigiar o cadáver durante a noite gelada até que os legistas possam recolhê-lo. Para ajudá-lo na vigília, eles recorrem a uma pastora de ovelhas que anda por ali no lombo de um camelo.

A primeira centelha de curiosidade que o filme desperta tem a ver com os modos de vida registrados quase que documentalmente pelo diretor. O lugar é um rincão inóspito no interior da Mongólia. Ali, pastores vivem nas “yurt”, as tendas circulares das estepes, e mantêm estilo de vida com poucos sinais de modernidade.

Quando surgem elementos mais tecnológicos, aliás, a intenção é de arrancar humor a partir do estranhamento, do deslocado. É o caso de quando a pastora usa o celular para pedir ajuda a um amigo na hora de sacrificar uma ovelha para o jantar ou quando o policial dança ao som de "Love Me Tender", de Elvis Presley.

Assista ao trailer de 'Öndög':

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