Obra de Picasso vendida por judeu em fuga do nazismo pode ficar no Met em NY
Justiça determinou que o quadro 'O Ator' não precisará ser devolvido aos herdeiros
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma obra do pintor Pablo Picasso que teria sido vendida por um empresário alemão judeu para financiar sua fuga dos nazistas pode ficar no Museu Metropolitan, em Nova York, e não precisará ser devolvida aos herdeiros do empresário, decidiu um tribunal federal de apelações nesta quarta-feira (26).
A Segunda Corte de Apelações de Manhattan disse que a sobrinha bisneta de Paul Leffmann, que já foi o proprietário da obra “O Ator” do artista espanhol, esperou muito tempo ao não exigir o retorno do quadro até 2010, 72 anos depois que ele foi vendido e 58 anos após ele ter sido doado ao Met.
Decidindo por um painel de três juízes, o juiz-chefe Robert Katzmann reconheceu que o Ato de Recuperação de Arte Expropriada no Holocausto de 2016 e outras medidas recentes respeitavam a necessidade de providenciar “algumas medidas de justiça, embora fossem incompletas” às vítimas da brutalidade dos nazistas e a seus herdeiros.
Mas ele disse que seria injusto que o Met tivesse de se desfazer do Picasso para a sobrinha bisneta de Leffmann, Laurel Zuckerman, dado o atraso “não razoável” do pedido pela devolução.
“Esse não é um caso onde a identidade do comprador era desconhecida ao vendedor, ou que a propriedade perdida fosse difícil de localizar”, escreveu Katzmann. “O Met é favorecido pelas mais de seis décadas que se passaram desde o fim da Segunda Guerra Mundial.”
O advogado de Zuckerman não comentou a questão imediatamente. Um juiz de uma instância inferior também decidiu a favor do Met em fevereiro de 2018.
De acordo com a requisição, Leffmann vendeu “O Ator” para um vendedor de arte em Paris por US$ 12 mil para financiar sua fuga e a de sua mulher da Itália, que era então governada pelo aliado de Adolf Hitler Benito Mussolini, para a Suíça.
Zuckerman disse que o Met não reconheceu adequadamente que a obra teria sido de propriedade de Leffman até 2011, depois de décadas de catálogos incorretos.
Uma porta-voz do Met disse que o museu “avalia todas as reivindicações da era nazista de maneira cuidadosa e responsável" e que devolve obras que foram indevidamente apropriadas.
A obra de Picasso não era uma das obras em questão, disse, acrescentando que “é nossa responsabilidade e alegria compartilhá-la com audiência mais ampla o possível”.
A lei federal de 2016 dá a pessoas seis anos para oficializar requisições depois que tenham sido descobertos os paradeiros de obras de artes perdidas entre 1933 e 1945 por conta da perseguição dos nazistas.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters