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'Cuecas Rasgadas' é cheio de clichês, mas não é o que você está pensando

Comédia com toques policias está na programação do Festival de Cinema Latino-Americano

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Cuecas Rasgadas

Avaliação: Regular
  • Quando: Domingo (29), às 21h
  • Onde: CineSesc (r. Augusta. 2.075)
  • Elenco: Patricio Contreras, Consuelo Holzapfel
  • Produção: Chile/Argentina
  • Direção: Arnaldo Valsecchi

Cuecas rasgadas não são o que você está pensando –ainda bem!—, mas sim um doce frito tradicional chileno. Já o filme “Cuecas Rasgadas” aproveita que seus personagens comem o doce várias vezes para dar um título que remeta a reencontros familiares, almoços em grupo, férias na fazenda.

Mas não se trata de uma daquelas obras calcadas na gastronomia, com cenas de cozinha, ingredientes sendo picados, bolos sendo feitos. Nada disso, "Cuecas Rasgadas” é uma comédia com toques policiais a respeito de uma casa onde vivem seis mulheres no interior do Chile no final dos anos 1950.

Quando dois primos chegam para uma visita de alguns dias, desencadeia-se uma série de lembranças, revelam-se segredos, amantes se reencontram e, num jogo de edição que retrocede cerca de 30 anos, desvenda-se o mistério de alguns assassinatos que envolvem a todos ali.

A exibição na 14ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo aproveita a vinda de Patricio Contreras, que interpreta o patriarca Alfonso, para uma homenagem ao ator septuagenário. Outros três títulos mais antigos com Contreras estão na programação.

Cena do filme 'Cuecas Rasgadas', de Arnaldo Valsecchi - Reprodução

“Cuecas Rasgadas” olha com bom humor para as gerações passadas, seus problemas e soluções, mas faz com um nível de profissionalismo típico da área publicitária. Pois seu diretor, Arnaldo Valsecchi é um publicitário que já realizou mais de 600 comerciais.

Assim, o filme não peca pela luz, trilha sonora, interpretação, qualidade de som nem nada, mas colocando tudo isso junto, a impressão que fica é que o todo não chega lá. Subjetivamente falando, parece faltar um pouco de alma ou de realidade na vida desses personagens, que transitam alternadamente entre a tragédia e a comédia em direção a um final pouco surpreendente.

Há clichês para caramba: o prostíbulo do povoado, o padre do povoado, o chefe de polícia do povoado etc., todos andando exatamente na linha que se espera.

A obra, enfim, é como se fosse uma declaração de amor à vida de nossos avôs e avós, mas cada um tem ou teve os seus, e “Cuecas Rasgadas” não atinge a todos. Talvez, por revelar facetas da cultura chilena, funcione melhor com o público latino-americano, mas, para os brasileiros, parece conter simpatia demais e interesse de menos. 

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