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Remake de 'Brinquedo Assassino' supera a tosca franquia original

Com sangue, marteladas e serra elétrica, longa mostra um Chucky violento em cenas que revelam amor ao cinema

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Brinquedo Assassino

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia na quinta (22)
  • Classificação: 16 anos
  • Elenco: Aubrey Plaza, Brian Tyree Henry, Gabriel Bateman
  • Produção: EUA, 2019
  • Direção: Lars Klevberg

Nestes tempos de muitos remakes numa grande falta de criatividade em Hollywood, "Brinquedo Assassino" é um caso raríssimo de refilmagem que supera o original. Melhor, mais divertido, mais assustador.

É bom admitir que não precisava muito para tal façanha. Lançado em 1988, "Brinquedo Assassino" deu origem a uma das franquias mais toscas do cinema de terror. A única coisa divertida era a figura de Chucky, o boneco com personalidade maligna que saía matando por aí. Miniaturas do vilãozinho venderam horrores.

Com péssimos roteiros, os seis filmes são progressivamente piores. Uma parcela de público fanática por filmes "lixo" pode até tentar apontar qualidades em "A Noiva de Chucky" (1998) ou "O Filho de Chucky" (2004), mas a saga do boneco assassino nunca passou de sofrível.

Daí a enorme surpresa da refilmagem. O Chucky 2019 foi modernizado. Brinquedo conectado à internet, o boneco agora espalha sua maldade de forma viral. Das simples tarefas como ligar a TV ou chamar um Uber, irá expandir seus truques a assassinatos em massa.

O filme começa bem, com a primeira cena mostrando porque Chucky ganha personalidade maldosa. Na linha de montagem dos bonecos Buddi, no Vietnã, um dos programadores da fábrica é demitido injustamente pelo chefe opressor. Antes de ir embora, ele configura um boneco da pior maneira possível.

Esse Buddi defeituoso chega aos Estados Unidos e vai parar na casa da jovem mãe solteira Karen e seu filho tímido, Andy. Como no filme original, o agora batizado Chucky vai eliminar todos que possam fazer mal ao garoto, mas logo o brinquedo ultrapassa todos os limites e passa a ser ameaça também ao menino e sua mãe.

O diretor Lars Klevberg comanda aqui seu segundo longa. O primeiro, "Polaroid", é terror de baixo orçamento e boas sacadas. Seu "Brinquedo Assassino" alterna cenas violentíssimas com outras que revelam amor ao cinema.

A nova versão de Chucky é muito violenta. Muito mesmo. Cabeças estilhaçadas, peles arrancadas das vítimas, mortes a marteladas, desmembramento com serra elétrica, tudo isso num cardápio sangrento. E uma das muitas execuções no filme proporciona uma cena de embrulhar estômagos.

Para compensar, alguma engenhosidade. Chucky é programado para aprender coisas por assimilação.

Como Andy e seus amigos da escola gostam de assistir a clássicos do cinema de terror, Chucky vê tudo sentado no sofá e, quando vai para a rua, emula várias cenas famosas do gênero. Cinéfilos vão se divertir reconhecendo as referências. E nerds têm uma atração a mais ao ouvir a voz que dubla o boneco: Mark Hamill, o Luke Skywalker na saga "Star Wars".

"Brinquedo Assassino" tem tensão crescente e o duelo final entre o bem e o mal é ambicioso e movimentado. Mas "final" não é um bom adjetivo, já que o filme dá todos os indícios que uma nova franquia começou.

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