Brasil incendiário dos últimos anos orienta coletânea sobre literatura
'Crônicas para Ler em Qualquer Lugar', de Gregorio Duvivier, Maria Ribeiro e Xico Sá, traz reflexos da política recente
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“E a pessoa que não lê? Não é nada?” A frase, transcrita por Gregorio Duvivier, foi dita por uma pessoa da plateia de Crato, no Ceará, durante apresentação do projeto Você É o que Você Lê. “Essa pergunta é ótima. Mas leitura não é só do livro, é da realidade. E os livros ajudam a ler o mundo”, completa Duvivier, que é colunista da Folha.
O conceito dessa iniciativa foi criado por Evelyne Lessa, uma produtora baiana que, em 2015, convidou Duvivier, Maria Ribeiro e Xico Sá para realizar um debate.
Dali para frente, foram três anos viajando pelo país para falar sobre “livros, comportamento e política, sempre com muito sexo no meio”, como conta Sá. O resultado foi o livro “Crônicas para Ler em Qualquer Lugar”.
“Sem querer, começamos a atender a uma velha demanda do poeta e ensaísta José Paulo Paes, que pedia uma literatura brasileira de entretenimento, uma forma de escrever e falar de livros sem a solenidade que predomina nos festivais do gênero”, afirma Sá.
Como foram escritas durante essa trajetória, grande parte delas está ligada ao momento político do país. Os três autores, críticos a Bolsonaro, tratam disso em seus textos.
“A gente passou os últimos três anos viajando, né? Três anos muito graves para o Brasil politicamente”, conta Ribeiro.
Você é o que Você Lê teve público de cerca de 30 mil pessoas desde 2015. Uma das paradas mais marcantes foi na Rocinha, favela do Rio. O momento no qual fizeram o encontro, segundo Ribeiro, era de muita violência no local.
Os três resolveram, então, não falar nada e deixar apenas a plateia comentar as mais diversas questões. Duvivier, por exemplo, cita desse encontro “poemas lindos de uma senhora recentemente alfabetizada”.
Com as andanças pelo Brasil, as conversas se intensificaram. Falavam muito sobre a coletânea de livros “Para Gostar de Ler”, que os formou na literatura. Foi posta, assim, a ideia de um livro pela editora Todavia.
E nasceu “Crônicas para Ler em Qualquer Lugar”.“No decorrer do tempo, percebemos que falávamos muito de crônica”, explica Duvivier. “Sentimos vontade de eternizar nosso encontro e levar gente nova pra literatura.”
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