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Livro faz um apanhado caudaloso do Nação Zumbi e do mangue beat

'Chico Science & Nação Zumbi - Da Lama ao Caos', esperto livro da jornalista Lorena Calábria, é lançado agora

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Chico Science & Nação Zumbi

Avaliação:
  • Preço: R$ 40 (212 págs.)
  • Autor: Lorena Calábria
  • Editora: Cobogó

A coleção “O Livro do Disco”, da editora Cobogó, traduz e publica no Brasil alguns livros da série americana “33 1/3”, que propõe dedicar cada volume a um álbum que tenha muita importância na história da música. Além do material importado, discos seminais brasileiros estão sendo incorporados à lista da coleção.

No caso de “Da Lama ao Caos”, lançado em 1994, falar em disco relevante é pouco. A estreia fonográfica de Chico Science & Nação Zumbi divide águas no rock brasileiro. Merece ser celebrado e merece também o esperto livro da jornalista Lorena Calábria que é lançado agora.

Quem esperar apenas uma investigação sobre os aspectos musicais do álbum vai ter muitas surpresas. 

“Da Lama ao Caos” foi o primeiro grande disco a emergir do mangue pernambucano. No movimento que acabou sendo batizado de mangue beat, despejou uma vigorosa mistura de rock e ritmos regionais numa época antecedida pelo esgotamento da grande fornada roqueira no Brasil dos anos 1980 e pelo sucesso do novo sertanejo no começo da década seguinte, de zezés, chitãos e leonardos.

Além de reconstruir a criação da proposta sonora de Chico, Nação e outros nomes jovens da cena pernambucana que produziam caos a partir da lama, a narrativa de Calábria  faz um apanhado caudaloso do movimento mangue beat.

Ao resgatar histórias das primeira reuniões de Chico Science, Jorge du Peixe, Lúcio Maia e outros integrantes do grupo e de outros combos do mangue beat, a autora revela componentes essenciais no entendimento da cena.

É possível detectar como o caráter colaborativo dos músicos veio das primeiras iniciativas de fazer shows independentes no Recife e em Olinda. 

O movimento começa com shows em um puteiro, um projeto sob o divertido nome “Sexta Sem Sexo”, em que todos colaboravam para que a coisa andasse para a frente. Outra revelação, para muita gente, é perceber que o discurso social forte nas letras de Chico Science era influência do pai sindicalista.

Claro que, seguindo a proposta original da série, os detalhes sobre as gravações do álbum são fartos, acompanhados de uma análise bem pertinente de cada faixa. 

Há também muita informação sobre os desdobramentos vindos com o lançamento do disco, na ascensão do grupo que seria prejudicada em fevereiro de 1997, com a morte prematura de Chico Science num acidente de carro em Pernambuco.

É muito difícil ler o livro sem pôr o LP ou o CD para ouvir as ideias musicais aglutinadoras de ritmos, num caldeirão que a Nação Zumbi procura manter no fogo até hoje.

Uma moçada que busca saber mais sobre essa pegada sonora, 25 anos depois do lançamento do disco, agradece o livro.

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